OMS assegura que China não pressionou cientistas que elaboraram relatório
O líder da equipa que esteve na China a tentar descobrir onde tinha começado o vírus assegurou não ter sido pressionado a ocultar nada do seu relatório por parte do governo chinês.
A Organização Mundial de Saúde concluiu que não houve pressão por parte do Governo chinês de para remover informação do relatório final, divulgado esta terça-feira.
Peter Ben Embarek, que liderou a missão ao país onde surgiram os primeiros casos de infeção pelo SARS-CoV-2. Apesar de admitir que a equipa tinha muita pressão por estar numa missão que investigava um assunto que diz respeito a todo o mundo, diz que não sentiu qualquer tipo de pressão vinda da China para mascarar os possíveis resultados do relatório.
"Houve pressão política vinda de todos os lados, mas também de fora da China", informou Embarek durante a conferência de imprensa desta terça-feira, acrescentando que não sentiu qualquer tipo de pressão para "remover elementos críticos" do relatório. E lembrou que na equipa participaram peritos chineses.
Embarek explicou aos jornalistas que houve bastante informação cedida pela China, mas que houve áreas onde existiram dificuldades em obter informação em estado bruto, sobretudo dados pessoais, devido à proteção de dados e à privacidade individual.
Outro cientista, David Nabarro, admitiu esta terça-feira que é "manifestamente difícil" encontrar a origem do vírus que causou a pandemia, mas que se trabalha com várias hipóteses.
"Encontrar a origem de um vírus, quando se tenta explicar de onde vem uma doença, é manifestamente difícil", disse em declarações à BBC Radio 4.
"Não sabemos a origem precisa do VIH (o vírus que provoca a Sida), não sabemos a origem precisa do Ébola e vai demorar muito para descobrir a origem precisa da covid-19", acrescentou o especialista, antes de a OMS publicar oficialmente o seu relatório sobre a pandemia.
Nabarro disse que a organização trabalha com várias hipóteses, mas que esse trabalho leva tempo.
"Todas as hipóteses ainda estão sobre a mesa", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na segunda-feira.
Espera-se que o relatório da missão que investigou a origem da covid-19 na China seja hoje publicado.
Segundo os meios de comunicação que tiveram acesso a uma minuta do relatório, este defende que a teoria mais provável da origem da pandemia tenha sido a transmissão do novo coronavírus de morcegos para humanos por meio de outro animal, enquanto a hipótese de fuga do vírus de um laboratório é "extremamente improvável".
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.784.276 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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