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Número de mortes em Gaza chega às 40 mil

Débora Calheiros Lourenço 15 de agosto de 2024 às 13:22

O número de mortes, que não incluiu as mortes causadas indiretamente pela guerra nem os que se encontram debaixo dos escombros, é de cerca de 2% da população de Gaza.

Mais de dez meses depois do ataque do Hamas ao Sul de Israel a 7 de outubro, o número de mortos feitos pela resposta israelita na Faixa de Gaza já chegou aos 40 mil, a maioria dos mortos são civis.

Estamos a falar de cerca de 2% da população de Gaza e este é um número que pode ser bastante superior uma vez que muitos corpos ainda se encontram debaixo dos escombros, Marwan al-Hams, diretor dos hospitais de campanha do Ministério da Saúde palestiniano, controlado pelo Hamas, garantiu que "este número inclui apenas corpos que foram recebidos e enterrado". Neste momento o Ministério está também a estudar "novos procedimento para incluir aqueles que estão desaparecidos ou que se sabe que estão sob os escombros na lista de mortos, mas ainda não foram aprovados".

Acredita-se que cerca de dez mil vítimas dos ataques aéreos permaneçam debaixo dos prédios desabados, mas a falta de equipamentos e combustível para escavar as ruínas faz com que não seja possível chegar até aos seus corpos.

Nos últimos dez meses a guerra levou milhares de palestinianos a abandonarem as suas casas e a procurarem abrigo nem campos de refugiados com tendas improvisadas, especialmente na região de Rafah, na fronteira com Egito. No entanto nenhum lugar parece seguro, no sábado um ataque israelita atingiu uma escola que tinha sido transformada em abrigo.

O enclave tem vivido meses de fome, devido à limitação do acesso ao apoio humanitário por parte da administração israelita, que aliada à escassez crónica de água potável e de saneamento básico, tem proporcionado a propagação de doenças.

Também os hospitais foram bombardeados o que limita, mais uma vez, a capacidade de apoio à população, no entanto o Hamas garante que "pessoas que morreram devido a impactos indiretos da guerra, incluindo doenças, fome e o colapso do sistema de saúde, não estão incluídos nestes números".

"Imediatamente após o fim da guerra", vai ser criado "um comité para contar essas vítimas", avançou ainda o grupo palestiniano.

As autoridades israelitas têm questionado o número de mortos em Gaza, uma vez que é fornecido pelos Ministérios controlados pelo Hamas, no entanto a comunidade internacional tem aceitado os números uma vez que os médicos que administram os hospitais do enclave e os responsáveis pelo sistema de saúde apresentam um histórico confiável em outros momentos do conflito israelo-árabe. Depois de vários momentos-chave do conflito entre 2009 e 2021 investigadores da ONU elaboraram as suas próprias listas de mortos e descobriram que correspondiam bastante às de Gaza.

Israel não apresenta estimativas dos civis mortos em Gaza mas as Forças de Defesa Israelita afirmam que mataram cerca de 15 mil combatentes.

REUTERS/Jerry Lampen
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