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A AI disse que as mulheres e as raparigas foram as mais afetadas pela chegada ao poder dos talibãs porque "perderam o controlo sobre todos os aspetos das suas vidas".
A Amnistia Internacional defendeu hoje que a inação internacional face às violações dos direitos humanos no Afeganistão, três anos depois do regresso ao poder dos fundamentalistas islâmicos, "é uma fonte de vergonha para o mundo".
A organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos considerou ter chegado "o momento de uma ação coordenada", mas alertou que "um envolvimento sem princípios com os talibãs (…) só ia prejudicar os esforços coletivos", de acordo com um comunicado.
A responsável pela campanha regional da Amnistia Internacional (AI) para o Sul da Ásia, Samira Hamidi, lamentou "a ausência absoluta de medidas concretas para fazer face à catástrofe dos direitos humanos no Afeganistão".
Depois de falar com mais de 150 defensores dos direitos humanos, académicos, mulheres, ativistas, jovens, representantes da sociedade civil e jornalistas, a ONG disse que eles "acreditam que a comunidade internacional falhou com o povo do Afeganistão".
"Não só não conseguiram responsabilizar os talibãs pelos crimes e violações dos direitos humanos, como também não conseguiram definir uma orientação estratégica para evitar mais danos", salientou Hamidi, na mesma nota.
A AI disse que as mulheres e as raparigas foram as mais afetadas pela chegada ao poder dos talibãs porque "perderam o controlo sobre todos os aspetos das suas vidas".
"Disseram-nos que os talibãs tinham mudado. Disseram-nos para não estragarmos os esforços de paz. Disseram-nos que o mundo nos ia apoiar. No entanto, hoje estamos a viver as nossas misérias sozinhas", disse à ONG Nazifa, uma professora na província de Mazar-e-Sharif (norte).
A AI lamentou o regresso dos castigos corporais e "a ausência de julgamentos justos ou de acesso a vias de recurso".
Os talibãs "baseiam-se fortemente na interpretação da lei 'sharia', liderada por académicos religiosos (..) sem educação jurídica formal", afirmou Ahmad Ahmadi, um antigo advogado que vive atualmente no exílio na Europa.
Os defensores dos direitos humanos "são sujeitos a desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias, prisão, tortura", pelo que muitos fugiram do país e centenas continuam no Irão, no Paquistão e na Turquia, "expostos à deportação forçada", alertou a ONG.
A comunidade afegã dos direitos humanos tem sido excluída não apenas pelos talibãs, mas também pela comunidade internacional, lamentou a organização.
Os ativistas que vivem no Afeganistão não são "convidados para debates importantes porque são considerados 'demasiado arriscados'. Os que estão no exílio são excluídos porque não vivem no Afeganistão e, por conseguinte, não são considerados 'legítimos'", disse Tabasoom Noori, uma ativista dos direitos das mulheres que vive nos Estados Unidos.
"É necessário que todos os atores que trabalham no Afeganistão se coordenem, encontrem plataformas seguras e criativas para debater e participar em discussões para encontrar soluções eficazes a longo prazo", defendeu Samira Hamidi.
"A comunidade internacional deve empenhar-se em apoiar estas medidas, respeitar a multiplicidade de vozes da comunidade", acrescentou a dirigente da AI.
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