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Na despedida, Biden alerta para “oligarquia" que ameaça a democracia nos EUA

Luana Augusto 16 de janeiro de 2025 às 15:30

Democrata fez o seu último discurso, na noite da passada quarta-feira, onde aproveitou para frisar algumas das suas preocupações com o futuro dos EUA, assim como as suas conquistas enquanto presidente.

O presidente dos EUA, Joe Biden, alertou na quarta-feira (15) para o crescente poder dos ultra ricos e para uma alegada "oligarquia" que diz estar a chegar ao poder e a ameaçar a democracia dos EUA. 

MANDEL NGAN/Pool via REUTERS

"Uma oligarquia está a ganhar forma na América de extrema riqueza, poder e influência, que ameaça literalmente toda a nossa democracia, direitos e liberdades básicas, e uma oportunidade justa para todos progredirem", alertou o democrata durante o tradicional discurso de despedida dos presidentes cessantes. 

O discurso foi feito na Sala Oval, cinco dias antes da tomada de posse de Donald Trump como próximo presidente dos EUA. Durante este momento, frisou algumas das suas preocupações, nomeadamente aquilo que descreveu como uma imprensa livre "em ruínas", a influência do complexo militar-industrial, a crescente desinformação e a necessidade de remover o dinheiro obscuro da política. 

"A verdade está a ser sufocada por mentiras contadas por poder e lucro", defendeu ao referir-se aos meios de comunicação sociais.

Além disso, Biden, de 82 anos, pediu uma emenda à Constituição norte-americana "para deixar claro que nenhum presidente é imune a crimes, que ele ou ela comete enquanto estiver no cargo". A proposta relaciona-se com uma decisão histórica do Supremo Tribunal que garantiu imunidade para ex-presidentes que regressem à presidência, tal como aconteceu agora com Trump que estava a ser julgado e investigado em vários casos.

Apesar das baixas taxas de aprovação nos últimos meses, Joe Biden procurou destacar as conquistas legislativas da sua administração, fazendo assim referência à criação de empregos, os gastos com as infraestruturas, assistência médica, o processo de saída da pandemia e à transformação dos EUA num país seguro. 

"Levará tempo para se sentir o impacto total de tudo o que fizemos juntos, mas as sementes foram plantadas, crescerão e florescerão nas próximas décadas", acrescentou ao desejar sucesso à administração Trump. 

Ontem também, Biden anunciou um acordo de cessar-fogo sem precedentes entre Israel e o Hamas. O acordo que propôs, pela primeira vez na primavera passada, poderá encerrar um conflito que dura já há 15 meses e que resultou em milhares de mortes. 

"Este plano foi desenvolvido e negociado pela minha equipa e será amplamente implementado pela administração seguinte", referiu sobre o acordo de cessar-fogo. "Foi por isso que disse à minha equipa para manter a administração seguinte totalmente informada. Porque é assim que deve ser, trabalhar juntos como americanos." 

O mandato de Biden termina já na próxima segunda-feira, 20 de janeiro. Nesse dia, Donald Trump assumirá a função de presidente dos EUA.

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