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Médio Oriente: Sindicato dos Engenheiros Egípcios propõe plano para reconstruir Gaza

Lusa 19 de abril de 2025 às 13:32

O projeto prevê atender 750 mil pessoas, que serão distribuídas em 4.000 unidades habitacionais temporárias correspondentes ao número de famílias contempladas.

O Sindicato dos Engenheiros Egípcios, principal assessor do governo egípcio, anunciou hoje um plano "urgente e realista" para a reconstrução da Faixa de Gaza, projeto que levaria seis meses a ser implementado sem deslocar moradores do enclave palestiniano.

AP Photo/Ariel Schalit

O plano custaria aproximadamente seis mil milhões de dólares, segundo anunciou o chefe do Comité Consultivo do Sindicato dos Engenheiros para a Reconstrução de Gaza, Ahmed Zaki Abdeen, em conferência de imprensa.

O responsável considerou que este plano é "um primeiro passo em direção à reconstrução completa e abrangente da Faixa de Gaza sem deslocar seus habitantes.

"A justificação de que reconstruir Gaza é impossível sem o deslocamento de sua população é suspeita. O objetivo é liquidar a causa palestiniana e tomar o controlo da Faixa de Gaza", considerou Abdeen.

Sem especificar uma data, o responsável avançou que "submeterá este plano às autoridades relevantes para que esteja pronto para implementação imediatamente após o cessar-fogo".

De acordo com o sindicato, o plano levará aproximadamente seis meses para ser implementado e custará aproximadamente seis mil milhões de dólares.

O projeto inclui a criação de 30 complexos habitacionais temporários, cada um dos quais para 25.000 pessoas, o equivalente a aproximadamente 4.000 famílias.

A organização egípcia desenvolveu este plano "realista e preciso" após reunir dados exaustivos sobre a extensão da destruição na Faixa de Gaza e após inúmeras discussões com engenheiros de Gaza, nomeadamente do Sindicato de Engenheiros da Autoridade Palestina e especialistas palestinianos.

Este plano leva em consideração a estrutura social de Gaza e propõe "abrigos de emergência, incluindo edifícios temporários, escolas, hospitais e outros centros de serviços públicos, para que a população de Gaza possa viver temporariamente até que a reconstrução total seja concluída".

O projeto prevê atender 750 mil pessoas, que serão distribuídas em 4.000 unidades habitacionais temporárias correspondentes ao número de famílias contempladas.

Abdeen explicou que também incluirá escolas primárias e secundárias em instalações temporárias e postos de saúde, um centro de distribuição e assistência, um complexo de mercado e espaços abertos de vários níveis.

"Cada complexo residencial incluirá uma central de geração de energia, unidades de energia solar, tanques de água, uma unidade de bombagem de água e unidades de tratamento de águas residuais", acrescentou o sindicato.

O plano inclui, ainda, uma mesquita principal em cada complexo, bem como reabilitar e restabelecer o acesso entre as estradas dos abrigos temporários à principal rodovia regional (Eixo Saladino), bem como ao restante das áreas urbanas da Faixa de Gaza.

Soma-se a reciclagem de entulho na Faixa de Gaza, material que, a ser implementado este projeto, se traduziria no uso de resíduos de construção na fabricação de materiais de construção.

Segundo o sindicato, os restos de edifícios completamente destruídos representam 44% dos edifícios existentes no enclave palestino, e aproximadamente 85% dos edifícios foram afetados por bombardeamento em graus variados, com o número de casas danificadas a chegar a 77%.

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