Secções
Entrar

Líder supremo iraniano chora próximo do caixão de general Soleimani

06 de janeiro de 2020 às 10:51

Khamenei, que tinha um relacionamento próximo com Soleimani, chorou durante as tradicionais orações muçulmanas pelos mortos. Centenas de milhares de pessoas presentes no ato fúnebre também choraram a morte do general iraniano.

O líder supremo do Irão, ‘ayatollah’ Ali Khamenei, orou e chorou esta segunda-feira próximo dos caixões do general Qassem Soleimani e de outros mortos no ataque norte-americano em Bagdad na sexta-feira, durante as cerimónias fúnebres em Teerão.

Khamenei, que tinha um relacionamento próximo com Soleimani, chorou durante as tradicionais orações muçulmanas pelos mortos.

O sucessor de Soleimani na força de elite iraniana Al-Quds, Esmail Ghaani, ficou ao lado de Ali Khamenei, assim como o presidente iraniano, Hassan Rouhani, e outros líderes da República Islâmica durante as cerimónias fúnebres.

Centenas de milhares de pessoas presentes no ato fúnebre também choraram a morte do general iraniano.

A filha de Qassem Soleimani, Zeinab, ameaçou diretamente um ataque às forças armadas dos EUA no Médio Oriente enquanto falava diante de multidão em Teerão.

"As famílias dos soldados norte-americanos no oeste da Ásia (…) passam o dia esperando a morte de seus filhos", disse Zeinab.

A TV estatal iraniana falou numa multidão de "milhões" de pessoas, embora esse número não possa ser verificado.

O líder do grupo militante palestino Hamas, Ismail Haniyeh, está em Teerão e assistiu também às cerimónias fúnebres de Soleimani.

Ismail Haniyeh, num discurso aos iranianos, descreveu o general Qassem Soleimani, como "o mártir de Jerusalém".

O responsável do Hamas prometeu que grupos militantes palestinianos - incluindo o seu grupo, que controla a Faixa de Gaza -, seguirão o caminho de Soleimani "para confrontar o projeto sionista e a influência norte-americana".

A escalada da tensão na região teve início quando o general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.

No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela