JD Vance vai visitar a Gronelândia
O vice-presidente dos EUA vai juntar-se à mulher que tinha uma visita planeada para esta quinta-feira. Vance irá visitar uma base militar norte-americana na ilha para inspecionar "a segurança".
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, vai deslocar-se até à Gronelândia para se juntar à visita da mulher, Usha Vance, que estava prevista para esta sexta-feira. Visita acontece no meio das declarações de Trump que demonstra vontade de anexar a Gronelândia aos Estados Unidos. Primeira-ministra dinamarquesa acusa vice-presidente norte-americano de uma ingerência "inaceitável" e primeiro-ministro da Gronelândia diz que a ilha não está interessada em ser americana.
A Gronelândia tem sido alvo de cobiça por parte de Donald Trump desde que regressou à Casa Branca. Foi marcada uma visita de Usha Vance à Gronelândia a 27 de março, quinta-feira. O itinerário incluía a visita a locais históricos, uma palestra sobre o património do território e assistir à Avannaata Qimussersua, a corrida anual de trenós puxados por cães. Além de Vance, viajam também à Gronelândia o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz, e o secretário da Energia, Chris Wright, que irão visitar uma base militar norte-americana que funciona na ilha.
Mas na terça-feira à noite o vice-presidente norte-americano anunciou num vídeo que se iria juntar à sua mulher numa viagem à Gronelândia para "verificar o que se está a passar com a segurança do territíro". "Houve tanto entusiasmo em torno da visita de Usha à Gronelândia esta sexta-feira que decidi que não queria que ela se divertisse sozinha e por isso vou juntar-me a ela", anunciou Vance.
Mas a referência à "segurança" do território nesta comunicação faz depreender que Vance irá juntar-se a Waltz e Wright para visitar a Base Espacial de Pituffik. "Queremos revigorar a segurança do povo da Gronelândia porque pensamos que é importante proteger a segurança de todo o mundo", continuou o vice-presidente.
Donald Trump disse aos jornalistas na segunda-feira que a delegação norte-americana tinha sido convidada por entidades gronelandesas. O governo interino gronelandês contestou estas declarações e recusou ter endereçado qualquer convite para visitas oficiais ou privadas. O primeiro-ministro da Gronelândia, Múte Bourup Egede, acusou mesmo Washington de "interferência estrangeira".
Já primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, acusou os Estados Unidos de exercerem uma "pressão inaceitável" sobre a Dinamarca e prometeu resistência e prometeu resistência aos avanços norte-americanos. "Não se trata de uma visita que tenha a ver com as necessidades da Gronelândia ou com o que a Gronelândia pretende de uma visita", afirmou Frederiksen que diz levar a sério as declarações expansionistas de Trump.
"Os americanos foram igualmente informados de que só se poderão realizar reuniões após a tomada de posse do novo Naalakkersuisut (governo da Gronelândia). Além disso, é necessário insistir no respeito pela nossa integridade e democracia, sem qualquer interferência externa", vincou ainda a primeira-ministra dinamarquesa.
O presidente dos Estados Unidos manifestou já várias vezes, desde janeiro, o desejo de tomar o controlo da Gronelândia, uma enorme ilha coberta 80% por gelo, devido aos seus recursos minerais e à sua localização estratégica no Ártico. Atualmente a Gronelândia tem um governo interino já que aguarda a formação de uma coligação de governo após as eleições de 11 de março. Além da Gronelândia, Trump já demonstrou também interesse em anexar o Canadá e o Canal do Panamá.
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