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Hamas vai responder à proposta de tréguas israelita após consultas

Lusa 15 de abril de 2025 às 09:34

A proposta israelita inclui "a libertação de metade dos reféns" na primeira semana após o acordo em troca de um cessar-fogo de "pelo menos 45 dias" e a entrada de ajuda no território palestiniano.

O Hamas adiantou esta segunda-feira que vai responder à proposta israelita de uma trégua temporária em Gaza após consultas, rejeitando totalmente a condição estabelecida por Israel, de desarmamento do movimento islamita palestiniano, para o fim definitivo da guerra.

escombros gaza AP Photo/Jehad Alshrafi

Um responsável do Hamas tinha revelado à agência France-Presse (AFP) que a proposta israelita de cessar-fogo temporário, transmitida por mediadores egípcios, também sugere um "fim permanente da guerra" que Israel está a condicionar ao desarmamento do movimento islamista palestiniano, "uma linha vermelha (...) que não é negociável" para o grupo armado.

Segundo um comunicado do Hamas, a proposta israelita inclui "a libertação de metade dos reféns" na primeira semana após o acordo em troca de um cessar-fogo de "pelo menos 45 dias" e a entrada de ajuda no território palestiniano.

Para terminar definitivamente a guerra de 18 meses, Israel exige, segundo o mesmo responsável, o desarmamento do Hamas e de todos os grupos armados palestinianos em Gaza.

"A posição do Hamas e das fações da resistência é que as armas da resistência constituem uma linha vermelha (...) que não é negociável", enfatizou um responsável do movimento islamita à AFP.

Em comunicado, o movimento palestiniano afirmou que a sua liderança estava a estudar a proposta apresentada pelos mediadores e que "apresentará a sua resposta assim que as consultas necessárias estiverem concluídas".

Uma delegação do Hamas viajou este fim de semana para o Cairo para conversações com representantes do Egito e do Qatar, que, juntamente com os Estados Unidos, estão a atuar como mediadores no conflito.

Após uma trégua de dois meses, Israel retomou as operações militares na Faixa de Gaza em 18 de março com o objetivo declarado de erradicar o Hamas.

Centenas de milhares de residentes de Gaza foram deslocados desde então, enquanto Israel bloqueia a entrada de ajuda humanitária desde 02 de março, ainda antes do retomar da sua ofensiva.

O Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA) realçou hoje, em comunicado, que a "situação humanitária é provavelmente a pior desde o início das hostilidades, há 18 meses".

O pequeno território, que alberga 2,4 milhões de pessoas, sofre de escassez de alimentos, água, combustível e outras necessidades básicas, segundo o OCHA.

Na primeira fase das tréguas, entre 19 de janeiro e 17 de março, foram libertados 33 reféns, oito dos quais mortos, em troca da libertação por Israel de cerca de 1.800 prisioneiros palestinianos.

Até à data, os esforços para restabelecer o cessar-fogo têm esbarrado em divergências quanto ao número de reféns que o Hamas deve libertar.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel a 07 de outubro de 2023.

O ataque provocou a morte de 1.218 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais.

Das 251 pessoas raptadas na altura, 58 continuam detidas em Gaza, 34 das quais mortas, segundo o exército.

Domingo, o Ministério da Saúde do Hamas anunciou que pelo menos 1.574 palestinianos tinham sido mortos desde o recomeço das operações militares israelitas a 18 de março, elevando para 50.944 o número de mortos em Gaza desde o início da resposta israelita, há 18 meses.

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