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Governo francês diz que uma das joias roubadas do museu do Louvre pode ser uma coroa

Lusa 19 de outubro de 2025 às 14:20

O museu vai continuar fechado durante do dia “para preservar os registos” para a investigação.

A ministra da Cultura de França disse este domingo que no assalto a uma das galerias do Museu do Louvre foi perdida, durante a fuga, uma joia que parece ser a coroa da imperatriz Eugénia.
Museu do Louvre DR
Uma das joias roubadas esta manhã (hora local) do Louvre, em Paris, foi encontrada perto do museu, anunciou Rachida Dati, de acordo com a agência de notícias France-Presse. Já numa entrevista ao canal TF1, a ministra disse que a joia encontrada parecia ser uma coroa. “Uma joia foi encontrada perto do Louvre, que também está a ser avaliada", disse Rachida Dati à emissora de televisão TF1, acrescentando que "o crime organizado visou objetos de arte" e que "os museus se tornaram alvos". Pouco antes, o jornal Le Parisien, sem citar fontes, indicava que o objeto encontrado era a coroa da imperatriz Eugénia, que se encontra partida. A ministra acrescentou que o assalto foi "muito rápido", que os autores "são profissionais", estando a decorrer a avaliação dos objetos roubados das vitrinas da coleção de Napoleão e dos reis franceses, de "valor incalculável". Numa mensagem à agência de notícias espanhola EFE, fontes do Louvre explicaram que momentos depois da abertura de portas, às 09:30 (08:30 em Lisboa), indivíduos entraram na galeria de Apolo por uma janela que havia sido destruída. O museu vai continuar fechado durante do dia “para preservar os registos” para a investigação, acrescentou a mesma fonte. Sendo França um país com um património histórico de grande valor, os museus transformaram-se em alvos "de delinquentes" e a vulnerabilidade é um "problema antigo", referiram na mesma nota. Os assaltantes usaram um elevador de cesto para entrar no museu, forçaram uma janela, quebraram vitrinas e fugiram com joias de "valor inestimável", disse o ministro do Interior francês. Laurent Nunez indicou que vários assaltantes tinham arrombado uma janela, roubaram joias de uma vitrina e fugiram de moto. O ministro acrescentou que a investigação "está em curso", ao mesmo tempo que está a ser feito um inventário dos objetos roubados, sublinhando que os artigos têm um valor histórico e patrimonial inestimável. Dati e Nunez estiveram no local. A polícia isolou o museu, retirou os visitantes, impedindo a entrada de recém-chegados. As ruas adjacentes ao Louvre também foram encerradas, indicou o Ministério do Interior. À rádio France Inter, Laurent Nunez considerou tratar-se de um "grande roubo", afirmando que os invasores "entraram pelo lado de fora usando um elevador de cesto". A operação durou sete minutos e os vidros da janela foram cortados com um cortador de disco, observou. O ministro sublinhou ainda que a equipa que efetuou o assalto havia feito “manifestamente o reconhecimento” do local, a galeria Apollon. O jornal Le Parisien noticiou que os assaltantes terão entrado pela fachada voltada para o rio Sena, onde há obras em curso. O Louvre é o museu mais visitado do mundo, com quase nove milhões de visitantes em 2024, 80% dos quais estrangeiros. O museu tem uma longa história de furtos e tentativas de assalto, tendo o mais famoso ocorrido em 1911, quando a Mona Lisa desapareceu da moldura, roubada por Vincenzo Peruggia, um ex-funcionário que se escondeu dentro do museu e saiu com a pintura sob o casaco. A obra foi recuperada dois anos depois em Florença, num episódio que ajudou a tornar a obra de Leonardo da Vinci na mais conhecida do mundo. Com mais de 33.000 obras, abrangendo antiguidades, esculturas e pinturas, da Mesopotâmia, do Egito e do mundo clássico aos mestres europeus, as principais atrações do Louvre incluem a Mona Lisa, a Vénus de Milo e a Vitória de Samotrácia. A Galeria d'Apollon exibe uma seleção das Joias da Coroa Francesa. O museu pode atrair até 30.000 visitantes por dia.
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