Secções
Entrar

França diz que punir ou humilhar britânicos afecta sentimento anti-europeu

12 de fevereiro de 2018 às 18:08

O porta-voz governamental francês disse que "quando um país deixa a União Europeia, é uma falha para a Grã-Bretanha e a UE".

O porta-voz governamental francês preveniu hoje que "punir" ou "humilhar" Londres por causa do 'Brexit' seria "a pior coisa que poderia acontecer" e reforçaria o sentimento anti-UE, a um ano das eleições para o Parlamento Europeu.

1 de 3
Foto: NurPhoto/Getty Images
Foto: Andy Rain
Foto: Getty Images

"A posição do Governo francês é bastante simples. Não se trata de punir alguém como parte do 'Brexit'", sublinhou Benjamin Grivenaux aos correspondentes de imprensa anglófona em Paris, acrescentado que "quando um país deixa a União Europeia (UE), é uma falha para a Grã-Bretanha e a UE".

À margem de uma visita ao Reino Unido, em Janeiro, o Presidente francês, Emmanuel Macron, declarou que um acordo especial entre britânicos e a UE seria "possível" depois do Brexit, mas acentuou que tal deveria ser "compatível com a preservação de um mercado único e dos interesses colectivos".

Na quinta-feira, o negociador-chefe da União Europeia para o 'Brexit', Michel Barnier, assumiu que o período de transição após a saída do Reino Unido não é um dado adquirido, devido ao desacordo de Londres quanto a questões "não negociáveis".

Michel Barnier referiu que a integridade do mercado único, o papel do Tribunal da Justiça, e a aplicação dos direitos fundamentais dos cidadãos não são negociáveis, e sublinhou que o Reino Unido deve aceitar e respeitar todas as regras e condições comunitárias até ao fim do período de transição, uma vez que este foi um pedido seu, assim como as consequências da decisão de abandonar a UE.

Em 29 de Janeiro, os Estados-membros aprovaram as directrizes para negociar o período de transição pós 'Brexit' com o Reino Unido, que terminará a 31 de Dezembro de 2020.

De acordo com a posição da UE, durante o período de transição, o acervo da UE continuará a ser aplicado ao Reino Unido, como se este fosse um Estado-membro.

Alterações no acervo, a serem adoptadas pelas instituições europeias, gabinetes ou agências durante esse período também serão aplicadas ao Reino Unido.

Londres deverá, igualmente, ser supervisionada pelas instâncias de controlo europeias, incluindo o Tribunal de Justiça da UE.

O Conselho dos Assuntos Gerais da União Europeia determinou ainda que o Reino Unido, já como país terceiro, não participará nas instituições e na tomada de decisões da UE.

O objectivo do período de transição é evitar uma alteração brusca das regras para os cidadãos e empresas após 30 de Março de 2019, primeiro dia de 'Brexit'.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela