Estado Islâmico reivindica explosões no Irão
Duas explosões mataram 103 pessoas e feriram outras 170 no Irão. Governo promete vingança aos “terroristas”.
Em Kerman, Irão, decorria uma cerimónia de homenagem ao comandante Qassem Soleimani no dia 3 de janeiro - morto em 2020 no Iraque por umdronedos Estados Unidos – quando duasexplosões mataram 103 pessoase feriram outras 170. Inicialmente, as autoridades iranianas falaram num "ataque terrorista", e já se veio a saber quem foi o responsável pelo ataque: o grupo terrorista Estado Islâmico.
Este assumiu total responsabilidade pelo ataque, apesar de não o ter justificado. Segundo o grupo terrorista sunita, dois membros do Estado Islâmico terão detonado cinco explosivos no cemitério Jardim dos Mártires, localizado em Kerman. Sabe-se que a primeira bomba foi detonada por voltas 15h locais (11h de Lisboa) e ocorreu a cerca de 700 metros do cemitério. A segunda, que matou o maior número de pessoas segundo o ministro do Interior Ahmad Vahid, ocorreu cerca de 15 minutos após a primeira explosão, e a 1 quilómetro do local. Na altura, decorria uma procissão nas estradas para celebrar a morte do comandante.
O momento foi transmitido pela televisão estatal iraniana. Nas imagens ouviam-se várias pessoas a gritar e a fugir. A trágica situação levou o Irão a prometer vingança aos "terroristas".
"Uma retaliação muito forte será aplicada a eles pelas mãos dos soldados de Soleimani", explicou aos jornalistas o vice-presidente do Irão, Mohammad Mokhber.
Na altura, o autor do ataque ainda não tinha sido revelado, o que levou o deputado de 69 anos a culpar os Estados Unidos e Israel. Apesar de nas ruas se ouvir "morte a Israel", "morte à América", Washington garantiu não ter tido mão no ataque e disse não ter qualquer indicação do envolvimento de Israel.
Quem também se manifestou foi o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Num comunicado publicado esta quarta-feira, 3, a ONU condenou veementemente o ataque e enviou "profundas condolências às famílias enlutadas, ao povo e ao governo".
"O secretário-geral apela para que os responsáveis sejam levados" à justiça, acrescentou a porta-voz adjunta do líder da ONU, Florencia Soto Nino.
Esta sexta-feira, 5 de janeiro, realizam-se os funerais das vítimas das explosões. Para esse mesmo dia está também prevista uma manifestação convocada pelas autoridades iranianas, informaram os meios de comunicação locais.
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