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Donald Trump considera TikTok uma ameaça à segurança nacional

Andreia Antunes 11 de março de 2024 às 21:41

Legisladores norte-americanos vão avaliar um projeto de lei, na quarta-feira, onde se impõe ao proprietário do TikTok cerca de seis meses para alienar a rede social.

Donald Trump, ex-presidente e atual candidato à presidência dos EUA, referiu esta segunda-feira que a rede social TikTok é uma ameaça à segurança nacional. No entanto, acrescentou que a proibição da rede social poderia afetar alguns jovens e fortaleceria a Meta - dona do Facebook e Instagram, redes socais que Trump também critica.

REUTERS/Alyssa Pointer

"Há muitos jovens no TikTok que vão ficar loucos sem ele", afirmou Donald Trump à CNBC. "Sem o TikTok, podemos tornar o Facebook maior, e eu considero o Facebook um inimigo do povo. Não pretendo duplicar o tamanho do Facebook, e se proibirem o TikTok, o Facebook e outros, mas sobretudo o Facebook, serão os grandes beneficiários. E penso que o Facebook tem sido muito desonesto."

Após estas declarações, as ações da Meta Platforms desceram 3,8% para 486,71 dólares (cerca de 444 euros).

Anteriormente, Donald Trump já havia criticado a empresa por ter revogado o seu acesso ao Facebook e Instagram após removerem duas das suas publicações durante o motim que ocorreu a 6 de janeiro de 2021 no Capitólio, em Washington. O mesmo apenas teve a conta restabelecida em fevereiro de 2023.

O ex-presidente reiterou as suas preocupações numa altura em que os legisladores da Câmara dos Representantes vão avaliar um projeto de lei na quarta-feira, dia 13, que prevê que o proprietário do TikTok, a ByteDance – empresa de tecnologia chinesa -, tenha cerca de seis meses para se "desfazer" da rede social.

O TikTok decidiu responder às declarações de Donald Trump, tendo referido que não partilharia, nem partilhou os dados dos utilizadores dos Estados Unidos com o governo chinês, argumentando que o projeto de lei da Câmara equivale a uma proibição. Ainda não foi confirmado se a China aprovaria qualquer venda ou se a rede social poderia ser alienada em seis meses.

"Esta legislação tem um resultado predeterminado: uma proibição total do TikTok nos Estados Unidos", disse a empresa na sexta-feira, dia 7. "O governo está a tentar retirar a 170 milhões de americanos o seu direito constitucional à liberdade de expressão."

Segundo esta lei, caso o TikTok não seja alienado, as lojas de aplicações operadas pela Apple e pela Google, não poderiam oferecer legalmente o TikTok ou fornecer serviços de alojamento Web para aplicações controladas pelo ByteDance.

Steve Scalise, líder da maioria da Câmara, defendeu que os legislatores têm de "garantir que o governo chinês não usa o TikTok como arma contra os utilizadores norte-americanos e contra o governo por meio da recolha de dados e propaganda".

Já Joe Biden, atual presidente, admitiu na semana passada que aprovaria o projeto de lei depois do comité aprovar a medida por unanimidade. Porém, conseguir que a legislação seja aprovada pela Câmara e pelo Senado em ano de presidenciais, pode ser difícil, aponta a Reuters.

Em 2020, Donald Trump chegou a tentar proibir a rede social e o WeChat - aplicação de mensagens instantâneas desenvolvido pela Tencent na China -, mas o pedido foi negado pelos tribunais.

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