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Delegações russa e ucraniana abandonam Istambul

Lusa 16 de maio de 2025 às 19:25

Além de concordarem com a troca de mil prisioneiros de cada lado "como medida de construção de confiança", também "chegaram a um acordo para partilhar por escrito as condições em que um cessar-fogo poderia ser acordado", relatou o ministro turco.

As delegações russa e ucraniana vão abandonar esta sexta-feira Istambul depois de terem concluído um dia de negociações diretas sem resultados significativos, informou a emissora turca NTV, citando fontes da diplomacia de Ancara.

russia ucrania Ramil Sitdikov, Sputnik Pool Photo via AP

Uma fonte ucraniana indicou, por seu lado, à agência France-Presse (AFP) que a delegação de Kiev "abandona hoje Istambul".

A delegação ucraniana, liderada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov, reuniu-se primeiro com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na presença do ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, e depois com a delegação russa, chefiada pelo conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, que também foi recebido pelo chefe da diplomacia do país anfitrião.

"Hoje foi um dia importante para a paz mundial. Graças aos intensos esforços diplomáticos, as delegações russa e ucraniana realizaram uma reunião em Istambul, com o apoio da Turquia", escreveu Fidan na rede social X após as conversações dos representantes de Kiev e Moscovo, que duraram menos de duas horas.

Além de concordarem com a troca de mil prisioneiros de cada lado "como medida de construção de confiança", também "chegaram a um acordo para partilhar por escrito as condições em que um cessar-fogo poderia ser acordado", relatou o ministro turco.

"Houve um acordo em princípio para nos voltarmos a reunir", acrescentou Fidan, sublinhando que a Turquia continuaria a fazer "esforços para ajudar a alcançar uma paz duradoura entre a Rússia e a Ucrânia", ao fim de mais de três anos desde o início da invasão russa do país vizinho.

Após o encontro, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e os chefes de Governo de França, Alemanha, Reino Unido e Polónia conversaram por telefone com o líder norte-americano, Donald Trump.

"A Ucrânia está pronta para tomar medidas o mais rapidamente possível para alcançar a paz real, e é importante que o mundo mantenha uma posição forte", afirmou Zelensky nas redes sociais a seguir ao telefonema conjunto.

A mensagem do líder ucraniano surge acompanhada de uma imagem que mostra o momento da ligação telefónica, com a presença do homólogo francês, Emmanuel Macron, do chanceler alemão, Friedrich Merz, e dos primeiros-ministros britânico, Keir Starmer, e polaco, Donald Tusk.

Zelensky reiterou que a posição da Ucrânia é manter a pressão sobre a Rússia até que "esteja pronta para acabar com a guerra", afirmando que acredita que "se os russos rejeitarem um cessar-fogo completo e incondicional e o fim dos assassínios", merecem fortes sanções.

A conversa com Trump ocorreu após contactos diretos entre as delegações ucraniana e russa em Istambul, os primeiros desde 2022, embora sem a participação do líder do Kremlin, Vladimir Putin, ou de outros membros de alto nível do Governo russo.

Após o telefonema conjunto com Trump, os líderes europeus indicaram que a posição da Rússia nas negociações de cessar-fogo com a Ucrânia é inaceitável e pretendem coordenar uma resposta sobre as novas etapas.

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