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China prepara suspensão de sanções a eurodeputados com vista a acordo de investimento

Lusa 24 de abril de 2025 às 14:35

Pequim impôs sanções contra vários eurodeputados em 2021, depois de a União Europeia ter imposto sanções a algumas entidades chinesas devido a alegadas violações dos direitos humanos contra a minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur, em Xinjiang, no extremo noroeste da China.

O Parlamento Europeu anunciou que a China está a preparar o levantamento das sanções impostas a eurodeputados devido a disputas sobre violações dos direitos humanos, numa altura em que tenta reavivar um acordo de investimento com a Europa.

Parlamento europeu

Um porta-voz de Roberta Metsola confirmou na quarta-feira a intenção, noticiada inicialmente pela imprensa alemã, num período em que a guerra comercial lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está a reaproximar a China e a Europa.

Pequim impôs sanções contra vários eurodeputados em 2021, depois de a União Europeia ter imposto sanções a algumas entidades chinesas devido a alegadas violações dos direitos humanos contra a minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur, em Xinjiang, no extremo noroeste da China.

O Parlamento Europeu recusou-se então a ratificar o Acordo Global de Investimento UE-China, que teria aprofundado os laços comerciais entre as duas partes.

No entanto, o regresso ao poder de Donald Trump parece estar a reaproximar os dois lados, perante as posições antagónicas do líder norte-americano face à aliança transatlântica e à guerra comercial contra o resto do mundo.

"As discussões com as autoridades chinesas continuam e estão na fase final", afirmou o porta-voz de Metsola.

"A presidente informará os líderes dos grupos assim que as autoridades chinesas confirmarem oficialmente o levantamento das sanções. O Parlamento Europeu sempre teve a intenção de levantar as sanções e retomar as relações com a China", acrescentou.

Entre os visados pelas sanções está o alemão Reinhard Bütikofer (Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia), antigo líder da delegação do Parlamento Europeu para as relações com a China, que entretanto abandonou o cargo de eurodeputado.

Já Michael Gahler (Alemanha), Miriam Lexmann (Eslováquia), Raphaël Glucksmann (França) e Ilhan Kyuchyuk (Bulgária) continuam no Parlamento Europeu e também foram alvo das sanções.

As sanções da UE contra entidades chinesas continuam em vigor.

Além dos eurodeputados, a China sancionou dois comités ligados à UE, três deputados nacionais, o grupo de reflexão ('think tank') Mercator Institute for China Studies, a Alliance of Democracies Foundation e dois académicos.

Noutro sinal de reaproximação, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente do Conselho Europeu, António Costa, devem visitar Pequim em junho para uma cimeira com os líderes do país asiático.

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