Blinken em Israel com mensagem árabe: criem o caminho para o estado palestiniano
Chefe da diplomacia dos EUA faz a quarta viagem à região desde os ataques de 7 de outubro. Objetivo é diminuir a intensidade dos combates na Faixa de Gaza. Caminho para a integração de Israel na região também esteve na agenda.
Na sua quarta viagem ao Médio Oriente desde os ataques do Hamas a Israel a 7 de outubro, Antony Blinken foi a Telavive dizer ao governo de Netanyahu que ainda podem conseguir a aceitação dos seus vizinhos árabes, se criarem um caminho para um estado palestiniano viável. O secretário de Estado dos EUA tentou em mais uma visita reduzir os níveis de violência em Gaza.
Em Israel depois de ter estado com líderes da Jordânia, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, Antony Blinken quis passar a mensagem dos vizinhos israelitas, numa tentativa de travar o conflito e evitar o seu alastrar à região. O chefe da diplomacia norte-americana já tinha indicado que iria pressionar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no "imperativo absoluto" de fazer mais para proteger os civis da Faixa de Gaza e permitir que a ajuda humanitária chegue até eles.
Antes de Blinken ter chegado a Israel esta terça-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, já tinha afirmado que estavam a fazer tudo para pressionar Israel a começar a retirar algumas das suas forças da Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas, que a 7 de outubro, lançou um ataque que vitimou 1.200 israelitas e fez ainda 240 reféns, dos quais apenas foram libertados algumas dezenas.
Na resposta, a ofensiva israelita já matou mais de 23 mil palestinianos e destruiu grande parte do território. A quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave teve de sair das suas casas, pelo menos uma vez desde o início da ofensiva, há três meses.
Na sua visita à região, Blinken tentou criar uma abordagem a longo prazo para pôr fim ao conflito israelo-palestiniano que se arrasta há décadas. Dos encontros ficou a ideia dos vizinhos árabes de que queriam a integração com Israel - um objetivo israelita de há muito - mas apenas se isso incluir uma "via prática" para um estado palestiniano.
"Sei dos vossos esforços, ao longo dos anos, para construir uma maior ligação e integração no Médio Oriente, e acredito que há oportunidades aí. Mas temos de ultrapassar este momento muito desafiante e garantir que o 7 de outubro não volta a repetir-se e trabalhar para construirmos um futuro muito diferente e melhor", disse Blinken, esta terça-feira, ao seu homólogo israelita, Israel Katz.
Ao mesmo tempo que acontece a vista de Blinken, os combates mantém-se. Israel afirma que está a mudar a ofensiva para uma campanha mais direcionada no norte de Gaza, mas mantém os fortes bombardeamentos no sul do enclave. Segundo os dados desta terça-feira, as forças israelitas anunciaram a morte de 40 combatentes palestinianos.
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