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Assange pode recorrer da extradição para os EUA, decide tribunal

Leonor Riso 20 de maio de 2024 às 13:39

Fundador do WikiLeaks enfrenta desde 2019 um pedido de extradição por crimes contra os EUA.

Um tribunal de Londres reconheceu a Julian Assange o direito a recorrer da extradição para os Estados Unidos. A decisão foi tomada esta segunda-feira por dois juízes do Supremo Tribunal de Londres, que consideraram que podia não ter direito à liberdade de expressão em tribunal, e que podia ser discriminado por ter cidadania australiana.

REUTERS/Toby Melville/File Photo

Centenas de manifestantes juntaram-se ao pé do tribunal enquanto era anunciada a decisão-chave em 13 anos de batalhas legais, relata a agência noticiosa Reuters. Ao saber da decisão, os manifestantes celebraram e cantaram.

Segundo a equipa legal de Assange, caso ele perdesse, podia ter que estar num avião em 24 horas rumo aos EUA.

REUTERS/Maja Smiejkowska


Edward Fitzgerald, advogado de Assange, defendeu junto dos juízes que não deviam aceitar as garantias dadas pelos procuradores norte-americanos em como Assange podia confiar que os seus direitos eram protegidos pela Primeira Emenda, que estabelece o direito à liberdade de expressão.

Por outro lado, o advogado do fundador da Wikileaks considerou que os EUA se comprometeram a que, após julgamento, não seja aplicada a pena de morte.

Agora, o recurso pode demorar meses.

Julian Assange, de 52 anos, lançou a WikiLeaks em 2006. O objetivo do site era servir de ferramenta para denúncias anónimas e, em 2010, ganhou importância por ter revelado um vídeo de um ataque de helicóptero feito pelos EUA que matou 12 pessoas em Bagdade, Iraque. Entre os mortos, estavam dois jornalistas da Reuters. Em 2010, divulgou 90 mil documentos secretos do exército dos EUA sobre a guerra no Afeganistão, e 400 mil ficheiros classificados sobre a guerra no Iraque.

Assange foi detido em 2010 sob acusação de crimes sexuais e em 2012, entrou na embaixada do Equador em Londres para pedir asilo. Manteve-se no local durante sete anos e em 2019, os EUA pediram a sua extradição para enfrentar 18 acusações de conspiração para atacar os computadores do governo dos EUA e de violação da lei da espionagem. Esse pedido de extradição será alvo de recurso, mediante a decisão tomada hoje. 

Julian Assange casou-se com a sua antiga advogada, Stella Moris, em 2022. Têm dois filhos. De momento, encontra-se detido na prisão de Belmarsh.

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