Armas, dinheiro e perucas: os luxos na mansão de Prigozhin
Uma investigação das autoridades russas à casa do líder do grupo de mercenários expôs o luxo em que este vivia. Prigozhin passou a ser persona non grata depois do motim falhado contra as chefias militares russas.
A casa do líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, foi alvo de buscas por parte das autoridades russas no âmbito da investigação darebelião dos mercenários no final do mês de junho. As imagens divulgadas pelas autoridades russas mostram o luxo do interior da residência do empresário, incluindo obras de arte, armas e perucas.
As imagens foram transmitidas no canal de televisão pública russo TV Rossiya 1, num programa chamado 60 Minutos. Os jornalistas referiram, no programa, que a investigação a Prigozhin prossegue. O apresentador do programa, Yevgeny Popov, apelidou o líder do grupo Wagner de ser um "traidor" e referiu que as imagens são provas de que o empresário tem um passado criminoso e que era um hipócrita por denunciar corrupção nas forças armadas.
O programa transmitiu a entrada das autoridades num dos palácios russos de Prigozhin, bem como no seu escritório de São Petersburgo. Entre as imagens surgem caixas com várias notas de rublos e também alguns dólares, barras de ouro, além de armas, perucas e inclusive um helicópetro. Entre os objetos que se podem ver contam-se algumas marretas que Prigozhin disse ser o melhor instrumento para lidar com traidores.
Na reportagem foram ainda divulgadas imagens de uma sala dedicada a tratamentos médicos. Prigozhin ainda não reagiu à reportagem.
A divulgação das imagens surge um dia após as autoridades russas terem devolvido a Prigozhin cerca de 10 mil milhões de rublos (cerca de 102 milhões de euros) que foram apreendidos durante a busca à mansão, localizada em São Petersburgo. Segundo a imprensa russa, foram ainda devolvidos centenas de milhares de dólares americanos e cinco barras de ouro.
Recorde-se que o chefe do grupo paramilitar Wagner suspendeu as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar a 24 de junho, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao estado russo e uma traição. A rebelião chegou ao fim, após Prigozhin ter negociado um acordo com o presidente bielorrusso, Alexandr Lukashenko.
Esta quinta-feira, o líder bielorrusso, Alexandr Lukashenko, afirmou que o líder do grupo de mercenáriosse encontra atualmente na Rússiae não na Bielorrússia onde lhe foi garantido exílio após o motim falhado de 24 de junho.
O Kremlin afirmou hoje que não segue os movimentos do líder do Grupo Wagner e não confirma se ele está em São Petersburgo ou Moscovo, como afirmado a partir de Minsk: "Não. Não seguimos os movimentos [de Prigozhin]. Não temos tempo, nem vontade de o fazer", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, na habitual conferência de imprensa matinal.
Edições do Dia
Boas leituras!