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Ana Corina Sosa. Quem é a filha que recebeu o Prémio Nobel da Paz pela mãe

Tiago Neto 10 de dezembro de 2025 às 18:16

É filha de María Corina Machado, vive em Nova Iorque e combina a carreira no setor tecnológico com o papel público de porta-voz da oposição venezuelana. Eis a filha da Prémio Nobel da Paz 2025.

Na manhã desta quarta-feira, 10 de dezembro, Ana Corina Sosa Machado tornou-se numa das faces públicas mais reconhecidas do planeta. Filha de María Corina Machado, laureada com o Prémio Nobel da Paz este ano, foi Ana quem proferiu a leitura do discurso de agradecimento, função que, disse, em entrevista ao canal americano ABC, "lhe traz muita tristeza". A presença desta quinta-feira no pódio da capital norueguesa, contudo, veio confirmar o papel que já vinha a desempenhar há anos, o de interlocutora e representante das causas democráticas que a mãe encabeça.
Ana Corina Sosa, filha de María Corina Machado, surge como porta-voz da oposição venezuelana Ole Berg-Rusten/NTB Scanpix, Pool via AP
Nascida em Caracas, Venezuela, em 1991, a mais nova de três irmãos, é parte de uma família política com forte exposição e trilhou o seu caminho com sucesso. Filha da mulher que se tornou a principal referência da oposição venezuelana, Ana Corina é engenheira de formação, mestre pela Harvard Business School (Estados Unidos) e trabalha para a Celonis, uma multinacional do ramo da tecnologia, onde exerce funções ligadas à estratégia corporativa, à engenharia e gestão. Aos jornalistas que a abordaram, no contexto da cerimónia, Corina mostrou ser a ponte entre o espaço familiar e o ativismo: fala como representante oficial da campanha democrática da mãe, advoga pela libertação de prisioneiros políticos e pela proteção das instituições cívicas venezuelanas afirmando, também — com alguma frequência — a tensão pessoal que essa função acarreta. A visibilidade internacional não é nova para a engenheira. Corina Já havia representado a mãe em diversos fóruns e cerimónias, entre eles eventos de direitos humanos e prémios internacionais que reconheceram a luta venezuelana. Essa experiência de representação tornou-a a escolha natural para subir ao palco quando as condições de segurança e as restrições de deslocação impediram a presença física da mãe.
No discurso lido esta manhã, amplificou a mensagem central da mãe, um apelo à resiliência cívica e à não-violência na busca por uma transição democrática. A sua intervenção foi, também, interpretada como simbólica: concentram-se nela a história pessoal de uma família marcada pelo ativismo, o papel das diásporas políticas contemporâneas e a forma como familiares assumem funções de representação quando a repressão impede a presença de uma figura. Ana Corina Sosa descreveu o prémio como “um reconhecimento para todo o povo venezuelano”, sublinhando que a sua presença em Oslo foi, antes de mais, um acto de representação coletiva.
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