"A tecnologia e a globalização tendem naturalmente para a desigualdade", salientou o economista Luís Cabral.
A tecnologia e a globalização tendem a aumentar as desigualdades no mercado de trabalho, alertou hoje o economista Luís Cabral, na conferência 'online' "O Futuro do Trabalho -- Garantir que Ninguém é Excluído" organizada pela agência Lusa.
"Muitos dos empregos vão ser vítimas do progresso tecnológico e da pandemia e os novos empregos terão pouca estabilidade e benefícios sociais", afirmou o professor da universidade de Nova Iorque, defendendo que, para garantir que ninguém é excluído, é preciso mudar o atual sistema de solidariedade social.
"A tecnologia e a globalização tendem naturalmente para a desigualdade", salientou o economista.
Luís Cabral apontou que é preciso uma "reforma fiscal", defendendo que é necessário "dar melhores condições às empresas" e "menos incentivos a quem apareça com inovações para aumentar a produtividade e substituir o emprego".
Para o economista, que também é professor na AESE Business School, "a globalização terá um impacto enorme na emergência do teletrabalho" e, após a pandemia de covid-29, que veio acelerar o recurso ao trabalho à distância, será impossível voltar ao que existia antes.
Porém, para Luís Cabral, a mudança não deverá ser "do oito para o oitenta", mas sim através de "um modelo equilibrado entre aquilo que havia em janeiro de 2020 e o que aconteceu no confinamento".
Bethy Larsen, da People & Organisation 'partner' da PwC, defendeu que as empresas têm de rever as suas políticas de recursos humanos sublinhando que nem todos os trabalhadores terão as mesmas facilidades na adaptação no regresso à normalidade, em que tudo aponta que o trabalho será feito num misto de presencial e remoto.
Para a diretora de recursos humanos da L'oreal, Clara Trindade, as empresas e os trabalhadores terão de ter "mais agilidade" para tomar decisões sobre pressão, reinventar modelos de negócio, ao mesmo tempo que é necessário requalificar ou formar pessoas para novas competências.
Já o diretor de recursos humanos da CUF, José Luís Carvalho, realçou que "a capacidade de aprendizagem e de adaptação vão ser muito importantes para o futuro" do trabalho, pois a digitalização vai criar emprego, "mas empregos muito diferentes dos atuais".
Por sua vez, o médico psiquiatra António Sampaio disse que a adaptação é inerente ao ser humano, mas "demora o seu tempo" sublinhando que "se for urgente" há a probabilidade de haver "muitos excluídos" no 'novo' mundo laboral.
Tecnologia e globalização aumentam desigualdades no mercado de trabalho
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Esta semana, a Rússia apresentou o seu primeiro robô humanoide. Hesitamos entre pensar se aquilo que vimos é puro humor ou tragédia absoluta. É do domínio do absurdo, parece-me, querer construir uma máquina antropomórfica para esta fazer algo que biliões de humanos fazem um bilião de vezes melhor.
A resposta das responsáveis escola é chocante. No momento em que soube que o seu filho sofrera uma amputação das pontas dos dedos da mão, esta mãe foi forçado a ler a seguinte justificação: “O sangue foi limpo para os outros meninos não andarem a pisar nem ficarem impressionados, e não foi tanto sangue assim".
Com a fuga de Angola, há 50 anos, muitos portugueses voltaram para cá. Mas também houve quem preferisse começar uma nova vida noutros países, do Canadá à Austrália. E ainda: conversa com o chef José Avillez; reportagem numa fábrica de oxigénio.