Esteve 35 anos na companhia aérea, tendo chegado a diretora financeira. Saiu em 2017 com uma indemnização milionária, mas ainda trabalhou três anos para a TAP.
Teresa Lopes saiu da TAP com uma indemnizaçãoque corresponde a mais do dobro da recebida por Alexandra Reis: 1,2 milhões de euros. A notícia da indemnização foi avançada pelaCNN, sendo que foi Camilo Lourenço, naCMTV, quem identificou a administradora que recebeu mais de um milhão de euros para sair da TAP. O acordo de saída de Teresa Lopes foi celebrado em 2017, depois do Governo voltar a adquirir uma participação na TAP, mas quando a companhia aérea ainda era gerida pelos privados.
Teresa Lopes trabalhou para a TAP durante quase 35 anos, começando no gabinete de finanças da empresa ainda durante a década de 80. E entrou na administração da empresa no final de 2014, para o lugar de administradora financeira (CFO) do então presidente executivo Fernando Pinto, cargo que ocupou durante um ano, ainda antes da privatização. Quando David Neeleman e Humberto Pedrosa geriram a empresa, Antonoaldo Neves substituiu Fernando Pinto e Miguel Frasquilho foi escolhido pelo Estado comochairmanda empresa, tendo a CFO passado a vice-presidente da área financeira da TAP.
No final de 2017, já depois do Estado ter adquirido metade do capital da TAP, a administração dispensou Teresa Lopes, fechando um acordo no valor de 1,2 milhões de euros.
O percurso na TAP
Maria Teresa Lopes, atualmente com 60 anos, foi durante 15 anos diretora-geral de Finanças da TAP, entre 1999 e 2014, o ano em que subiu à administração.
Segundo aCNN, enquanto foi administradora auferia uma remuneração bruta anual de 215 mil euros, o que corresponde a cerca de 15 mil euros brutos mensalmente.
Em 2017, já depois da reentrada do Estado no capital da TAP, Teresa Lopes negociou a sua saída com David Pedrosa, filho do acionista privado Humberto Pedrosa que assumiu funções de administrador executivo em 2015, aquando da privatização. Foi aí que terá conseguido o valor de 1,2 milhões de euros para sair, sendo que continuou a trabalhar para a TAP como consultora até março de 2020.
As indemnizações na TAP
Chistine Ourmières-Widener esteve no Parlamento, esta quarta-feira, a prestar declarações sobre a saída de Alexandra Reis da TAP com uma indemnização de 500 mil euros - que garantiu ter sido a única paga a administradores desde que chegou à liderança da companhia aérea, em 2021.
Chistine Ourmières-Widener afirmou aos deputados que o seu antecessor, Antonoaldo Neves, saiu da TAP com indemnização, apesar de a companhia aérea ter dito anteriormente que não tinha pago ao CEO para sair. Como refere a CNN, no relatório e contas de 2020 da TAP SGPS, a companhia declara que Antonoaldo Neves "apresentou renúncia ao cargo de Vogal do Conselho de Administração" em setembro de 2020. E no relatório de Governo Societário publicado em 2021 na alínea dedicada a "indemnizações pagas ou devidas a ex-administradores executivos relativamente à cessação das suas funções durante o exercício", a TAP referia que não haviam sido pagas nem eram devidas indemnizações desta natureza.
Segundo oObservador, a figura jurídica da indemnização não foi usada com Antonoaldo Neves porque a TAP continuou a pagar salários ao ex-CEO até ao final do ano de 2020, para evitar o pagamento de indemnizações. Ao longo do ano de 2020, o CEO da TAP recebeu 500 mil euros de pagamentos da companhia.
Sobre indemnizações pagas a administradores, a TAP garantiu que Stéphanie da Silva, mulher de Fernando Medina, não recebeu qualquer indemnização quando saiu da companhia aérea, em março deste ano. A diretora jurídica da TAP saiu aquando do marido assumir a pasta das Finanças no Governo.
A TAP anunciou esta quinta-feira que vai pedir uma auditoria externa a pagamentos e indemnizações a trabalhadores e administradores. Em 2020, segundo o relatório e contas, a TAP gastou 97 milhões de euros em indemnizações, no âmbito da reestruturação da empresa. Nesse ano saíram 920 trabalhadores da empresa.
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