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Queixas contra operadoras low-cost disparam mais de 1500% após entrada da Digi no mercado

Luana Augusto
Luana Augusto 05 de maio de 2025 às 18:26
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Só durante o apagão foram dirigidas cerca de 500 reclamações contra a Digi. A operadora romena foi a última a retomar os serviços de forma plena, o que fez com que os seus consumidores ficassem sem acesso às comunicações durante 24 a 48 horas.

O número de reclamações dirigidas contra as operadoras de telecomunicaçõeslow-costa operar em Portugal disparou mais de 1500%, após aentrada da Digino mercado nacional, em novembro de 2024. Os dados foram divulgados esta segunda-feira pelo Portal da Queixa.

Europa Press via AP

De novembro do ano passado até abril deste ano, os consumidores apresentaram um total de 2.799 queixas, estando 2.700 relacionadas com "falhas no serviço, problemas na ativação e na instalação do serviço". Tendo em conta que nos seis meses anteriores (de maio a outubro de 2024) foram registadas apenas 150 reclamações, isto significa um crescimento de 1766%.

Só a Digi Portugal foi responsável por 74,9% das reclamações. Seguiram-se depois a Amigo com 11,97% das queixas, a Woo (7,81%), a UZO (5,25%) e a Liga T (0,08%).

"Os dados mostram que a marca não se preparou adequadamente para a avalanche de adesões que gerou, falhando na entrega de um serviço minimamente satisfatório a muitos dos seus novos clientes", começou por afirmar o fundador do Portal da Queixa by Consumers Trust, Pedro Lourenço, através de um comunicado.

A Digi já havia sido a operadora móvel mais criticada quando se deu o apagão ibérico na passada semana. Segundo o Portal da Queixa, as suas "falhas prolongadas" valeram 500 reclamações. Isto deveu-se ao facto de ter sido a última operadora em Portugal a retomar os serviços de forma plena após o apagão, o que fez com que os seus consumidores ficassem sem acesso às comunicações entre 24 a 48 horas.

"A promessa de uma solução acessível e funcional saiu gorada para milhares de consumidores que hoje se sentem arrependidos com a mudança", lamentou Pedro Lourenço. "A Digi tem potencial para se afirmar de forma sustentável em Portugal, mas precisa urgentemente de reforçar a sua estrutura, melhorar os seus processos e adotar uma postura de maior proximidade com os clientes, sob pena de ver a sua reputação colada a uma imagem de desorganização e má qualidade."

Em termos gerais, a categoria de Operadoras de TV, Net e Telefone Low-Cost registou um aumento significativo no número de reclamações, só nos últimos seis meses. Entre os motivos gerais de reclamação estão "a falha e indisponibilidade do serviço", que geraram 30,9% das queixas e "a falha na ativação e instalação do serviço" com 19,4% dos casos denunciados.

Já o "erro de faturação e a dificuldade no pagamento" gerou 12,4% das queixas; o atraso e não portabilidade (11,1%) e a "falha de rede e cobertura (nacional e roaming)" (10,85%). Quanto à "falta de resposta no atendimento ao cliente", este foi um problema mencionado em 9,95% das ocorrências, enquanto que a "dificuldade na gestão de contratos e serviços" levou a 3,54% das ocorrências.

O Portal da Queixa adianta ainda que 78,16% das reclamações dirigidas a este setor nos últimos seis meses foram apresentadas por homens. Quanto às mulheres, mais de 50% que denunciou este tipo de problemas tinha entre 35 e 54 anos.

A plataforma avança ainda que só Lisboa absorveu 28,2%  das reclamações. Seguiu-se o Porto com 19,6% e Setúbal com 11,3%.

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