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Milionários pedem aos líderes mundiais para pagar mais impostos

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 17 de janeiro de 2024 às 20:00
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Um inquérito demonstrou que 74% da amostra concorda que deveriam ser aplicados impostos mais elevados sobre a riqueza para que fossem usados para resolver o aumento do custo de vida e melhorar serviços públicos.

Mais de 250 bilionários e milionários pedem que a elite política reunida em Davos para o Fórum Económico Mundial introduza impostos específicos sobre a riqueza para que existam melhores serviços públicos em todo o mundo.

REUTERS/Denis Balibouse

"O nosso pedido é simples: pedimos que nos imponham impostos", começa por referir a carta intituladaProud to Pay(Orgulhosos de Pagar) onde os signatários defendem: "Isso não vai alterar fundamentalmente o nosso nível de vida, não vai privar os nossos filhos nem prejudicar o crescimento económico das nossas nações. Mas vai transformar a riqueza privada extrema e improdutiva num investimento para o futuro democrático comum".

A carta conta com personalidades de 17 países, incluindo a herdeira da Disney, Abigail Disney, o ator deSuccessionBrian Cox, o ator e guionista Simon Pegg, Valerie Rockefeller, membro da família Rockefeller e copresidente do banco BankFWD, e a herdeira da farmacêutica BASF, Marlene Engelhorn.

"A desigualdade atingiu um ponto de viragem e o seu custo para a nossa estabilidade económica, social e ecológica é grave e aumenta todos os dias", acreditam os signatários. A realidade é que um inquérito feito pela Survation para aPatriotic Milionairesa mais de 2.300 bilionários do G20 demonstrou que 74% da amostra concorda que deveriam ser aplicados impostos mais elevados sobre a riqueza para que fossem usados para resolver o aumento do custo de vida e melhorar serviços públicos.

Marlene Engelhorn já afirmou que o ano de 2024 "poderia ser o início de uma mudança real se o G20 levasse a sério a possibilidade de aumentar os impostos a pessoas como eu".

Em Portugal, "as 50 famílias mais ricas arrecadam para si um património de cerca de 40 mil milhões de euros, o que representa qualquer coisa como 16,55% do PIB", avançava aForbes Portugalno final do ano passado.

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