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CMVM levanta suspensão de acções do BPI

19 de abril de 2016 às 15:00
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Cessaram os motivos que justificaram a suspensão, decretou Comissão de Mercado dos Valores Mobiliários (em act.)

A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) autorizou que as acções do BPI voltassem a ser negociadas na bolsa de Lisboa. 

"O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou o levantamento da suspensão da negociação das acções do Banco BPI, S.A., por terem cessado os motivos que justificaram a suspensão", lê-se num comunicado divulgado no site da CMVM. 

CaixaBank propõe OPA sobre acções do BPI

O CaixaBank obteve a "luz verde" da CMVM para lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre as acções do BPI que ainda não controla, oferecendo um preço de 1,113 euros por acção no anúncio preliminar da operação, no dia 18 de Abril. 

Esta oferta do banco catalão, que controla 44,1% do Banco BPI, tem um valor total de 906,5 milhões de euros e está condicionada à eliminação do actual limite dos seus direitos de voto.

Além disso, a OPA só avança caso o oferente consiga comprar mais de 50% do capital do BPI, conforme se lê no anúncio disponibilizado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Esta foi a reacção do CaixaBank ao falhanço das negociações com a Santoro Finance controlada pela empresária Isabel dos Santos, para resolver o problema da elevada exposição do banco português a Angola, assumido no domingo pelo Banco BPI.

A imprensa já tinha adiantado no domingo à noite a intenção do grupo financeiro espanhol de avançar com uma OPA voluntária sobre o BPI, e o CaixaBank comunicou essa mesma intenção ao supervisor do mercado espanhol segunda de manhã, antes do arranque da negociação.

Ainda assim, o CaixaBank tinha realçado que só poderia avançar com o anúncio preliminar da operação depois de ter a devida autorização da CMVM.

Isto, porque passou menos de um ano desde o fim da última oferta feita pelo banco catalão para adquirir no mercado as ações do BPI que ainda não controla.

No ano passado, o CaixaBank lançou uma OPA sobre o BPI, que acabou falhada por não ter sido conseguida a desblindagem dos direitos de voto, condição considerada essencial para a operação avançar.

Então, foi oferecido 1,329 euros por cada acção, o que valorizava o banco português em perto de 1,9 mil milhões de euros.

Já na OPA voluntária anunciada hoje, o banco catalão oferece 1,113 euros, ou seja, o BPI é avaliado em 1,6 mil milhões de euros.

Em conferência de analistas, realizada esta manhã, Gonzalo Gortázar, presidente executivo do CaixaBank, afirmou que o preço por acção oferecido, 16% inferior ao de 2015, é "justo".

Gortázar realçou que a direcção do Caixabank "tem confiança na operação" e que, desta vez, "funcionará".

"A OPA é a melhor solução" para o BPI, salientou.

O anúncio da OPA surgiu um dia depois de o banco português ter avisado o mercado de que tinha ficado sem efeito um princípio de acordo entre o Caixabank e o segundo maior accionista do banco, os angolanos da Santoro Finance, sobre o controlo da instituição portuguesa.

O princípio de acordo, anunciado a 10 de Abril, visava resolver o problema da elevada exposição do banco português a Angola.

Apesar de o Banco de Fomento Angola (BFA) ter representado no ano passado mais de 50% do lucro do BPI, ou seja, 135,7 milhões de euros de um total de 236,4 milhões, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou em 2014 a alteração da forma de contabilização dos bancos europeus com negócios em Angola, penalizando o capital.

O BPI passou então a ter de reduzir a sua exposição àquele país, mas isso fez vir ao de cima as divergências entre o Caixabank, o principal accionista do BPI - com 44,10% do capital social, apesar de só poder exercer 20% dos votos - e a Santoro, da empresária angolana Isabel dos Santos, que detém 18,58% do capital.
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