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CGTP exige salário mínimo de 600 euros para os têxteis e lanifícios

22 de março de 2018 às 20:47
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Arménio Carlos participou em diferentes plenários de preparação para a greve que a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis marcou para esta sexta-feira.

O líder da CGTP, Arménio Carlos, reivindicou esta quinta-feira que todas as empresas do sector dos têxteis e lanifícios comecem a trabalhar com um salário mínimo de 600 euros e lamentou as propostas inferiores apresentadas pelos patrões.

"Há todas as condições, rigorosamente todas as condições, para que a referência mínima salarial neste sector de actividade seja os 600 euros e que, para além disso, também sejam valorizadas as profissões de costureira e outras categorias", afirmou.

Arménio Carlos falava em Belmonte, distrito de Castelo Branco, no âmbito de uma deslocação que fez à região para participar em diferentes plenários de preparação para a greve que a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis marcou para esta sexta-feira.

A principal reivindicação dos sindicatos prende-se com o aumento dos salários e com a valorização das carreiras profissionais de modo a que haja uma distribuição "mais equitativa" do lucro gerado, como lembrou Arménio Carlos.

"É bom que os empresários façam uma reflexão e que tenham presente que estamos a falar de homens e mulheres que dão tudo o que têm e muito do que sabem para que as empresas produzam, e já agora é bem melhor que os empresários distribuam de uma outra forma a riqueza que é produzida, sob pena de continuarmos a ter situações de conflitualidade como a de amanhã [sexta-feira]", acrescentou.

Arménio Carlos criticou as propostas do patronato e frisou que as empresas não podem "negar o direito de negociação e acima de tudo continuar a tentar impor baixos salários", principalmente tendo em conta o crescimento económico verificado.

"Estamos num sector de actividade em que aumentou a produção, aumentou o volume de negócios, aumentaram os lucros e, entretanto, apresentam propostas salariais na ordem dos 580, 581 e 582 euros; não faz sentido", frisou.

Lembrando que o rendimento líquido que a maioria dos trabalhadores leva para casa não passa dos 523 euros, o líder da CGTP também se mostrou convicto de que haverá uma forte adesão à greve de sexta-feira.

Nesta deslocação, Arménio Carlos também passou por duas fábrica da Covilhã, concelho onde o sector dos têxteis é historicamente uma das mais importantes áreas de actividade e de criação de emprego.