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António Saraiva está "surpreendido" com conflito na Autoeuropa

Presidente da CIP receia um desvio da produção de novos modelos da fábrica da Volkswagen de Palmela.

O presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse estar "surpreendido" com o conflito na Autoeuropa e apelou para o diálogo social na empresa, receando um desvio da produção de novos modelos da fábrica da Volkswagen de Palmela.

António Saraiva falava aos jornalistas no final de uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, no âmbito das audiências do chefe de Estado aos parceiros sociais, esta sexta-feira.

O presidente da CIP defendeu que a estabilidade social e política é "virtuosa" para o país, sublinhando que, quando ela falta, "há complicações", dando como exemplo o caso da Autoeuropa.

"Estou obviamente surpreendido [com a situação na Autoeuropa] e continuo a apelar para que, em diálogo social, trabalhadores e administração consigam resolver o conflito que neste momento permanece na empresa", disse António Saraiva.

Para o presidente da CIP, se o conflito laboral não for ultrapassado, o País está a dar "maus sinais à captação de investimento, eventualmente a prejudicar a recolocação de novos modelos", diminuindo assim "a capacidade de emprego" da fábrica da Volkswagen.

Na reunião com o Presidente da República, António Saraiva disse que levou "um conjunto de preocupações" a Marcelo Rebelo de Sousa, nomeadamente sobre a nova lei de transmissão de estabelecimento que foi aprovada hoje no parlamento "sem discussão prévia na Concertação Social".

A nova legislação "vem introduzir entropia na entropia que hoje, em termos burocráticos e administrativos, as empresas já têm", disse o presidente da CIP.

Já sobre a diferenciação da Taxa Social Única (TSU) para as empresas por tipo de contrato, anunciada na quarta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, no parlamento, Saraiva reafirmou que este não é "o momento oportuno" para avançar com a medida, referindo que a economia "está a reagir" e a criar postos de trabalho permanentes.

O presidente da CIP recusou ainda que o papel da Concertação Social esteja a diminuir, mas lamentou que o Governo tenha decidido em alguns casos, avançar com algumas medidas sem consultar os parceiros sociais.

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