Em comunicado, a operadora diz considerar "que esta redução de preços carece de fundamentação jurídica, técnica, económica", pondo em causa o futuro da TDT "com prejuízo para todos os utilizadores".
"À Altice Portugal não resta outra alternativa senão impugnar a decisão do regulador", refere.
A decisão da Anacom foi tornada pública em novembro de 2018.
Na ocasião, a Anacom anunciou que aprovou "determinar à Meo a aplicação do preço anual do serviço de transporte e difusão do sinal de TDT de 885,1 mil euros por Mbps [Megabits por segundo], a que corresponde uma redução de 15,16% nos preços anuais por Mbps que a Meo cobra aos operadores de televisão (RTP, SIC e TVI) pela prestação do serviço de TDT".
O regulador justificou a decisão com o resultado de uma avaliação "que concluiu que os preços atualmente em vigor, e que foram acordados entre a empresa e os operadores de televisão, não observam um dos princípios introduzidos pela Lei n.º 33/2016, de 24 de agosto, pois ultrapassam o limite do preço apresentado na proposta que venceu o concurso público para atribuição do direito de utilização de frequências associado ao Mux A (de 885,1 mil euros por ano e por Mbps)".
Logo nessa altura, a Altice - que detém a Meo - manifestou "a sua total oposição" à decisão, que considera "injusta, infundada e com impacto negativo para o futuro da TDT em Portugal", acusando o regulador de "atuar de forma imponderada e promover o declínio e a degradação da TDT".
No documento hoje enviado, a Altice reitera que os preços da TDT praticados atualmente estão abaixo dos preços fixado no concurso público.
"Os preços a praticar com os operadores de televisão serão inferiores aos da proposta da Altice Portugal que foi vencedora do concurso público para atribuição da licença para o MUX A. Recorde-se que estes preços foram acordados com os operadores por canal, em função do número de emissores, e anexos à proposta vencedora do concurso público em 2008", refere.
Também "os preços agora fixados estão abaixo dos custos, como a própria ANACOM reconhece", indica.
"A Altice Portugal reforça que esta determinação da Anacom vem aprofundar o quadro de incerteza jurídica e de quebra de confiança regulatória que têm marcado o projeto TDT, comprometendo seriamente a sustentabilidade, qualidade e o futuro desta plataforma com prejuízo do interesse público, da qualidade do serviço e dos milhares de utilizadores", insiste.
Para a dona da Meo, "este comportamento e postura do regulador coloca em causa a disponibilidade de qualquer operador privado em relação a esta plataforma de serviço público, comprometendo projetos nacionais de interesse público".
Este "quadro de incerteza jurídica e de imposição à Altice Portugal de alterações unilaterais tem sido recorrente no projeto TDT e tem onerado a Altice Portugal" nomeadamente considerando a inexistência do quinto canal e os custos suportados pela empresa com os investimentos necessários ao cumprimento das obrigações de reserva de capacidade não ocupada (quinto canal e canal HD partilhado), continua.
Os custos suportados pela Altice Portugal, com a decisão da Anacom que impôs, sem qualquer compensação, novas obrigações de cobertura de TDT por via terrestre, sendo que a TDT por satélite está disponível em todo o território nacional.
Também a alteração imposta pela Anacom no final de 2010, dos canais 61, 64 e 67 e que implicou um investimento adicional pela Altice Portugal superior a dois milhões de euros que continua por compensar.
A Altice lembra ainda que a Lei 33/2016, que definiu um quadro de regras e princípios que não existiam na data em que o concurso TDT foi lançado "e com o qual a Altice Portugal não poderia contar".
A Altice lembra ainda que "sempre demonstrou total disponibilidade e abertura para qualificar e reforçar o projeto TDT, nomeadamente quando realizou, sem qualquer contrapartida financeira, o complexo trabalho de reengenharia das condições técnicas da solução e arquitetura da TDT, tornando possível a expansão do número de canais disponíveis na sua emissão com a inclusão da RTP3, RTP Memória e alargamento a dois canais adicionais".
"Desde o início do projeto TDT que a Altice Portugal assume margens de exploração negativas, sendo incompreensível a imposição por parte da ANACOM a redução de preços de 15,16%, quando a Altice Portugal já acordou com os operadores de TV uma redução no final de 2016".
Em alternativa à impugnação da deliberação preços TDT junto dos tribunais administrativos, a Altice Portugal diz "estar disponível para levar a questão a um Tribunal Arbitral".
"Um Tribunal Arbitral permitirá uma decisão definitiva mais rapidamente e proferida por árbitros independentes e familiarizados com o tema. A Altice Portugal já dirigiu um requerimento nesse sentido à ANACOM, estando a aguardar a resposta do regulador".
"Caberá ao regulador e ao Governo preparar, desde já, o caminho para assegurar a prestação deste serviço de relevante interesse público após o final da licença atual, relativamente à qual a Altice Portugal não irá exercer o direito de solicitar a respetiva renovação, atendendo ao quadro de crescente incerteza jurídica e contratual que tem caracterizado o desenvolvimento da TDT em Portugal", acrescenta a operadora no comunicado.
Altice vai impugnar decisão da ANACOM que obriga à redução de preços da TDT
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