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Proteccionismo é a maior ameaça à expansão da economia europeia

03 de maio de 2018 às 10:27

O executivo comunitário lembra que a taxa de crescimento da União Europeia e da zona euro no ano passado "ultrapassou as expectativas".

A Comissão Europeia prevê que a economia europeia mantenha um ritmo forte de crescimento este ano, ainda que ligeiramente inferior ao máximo de 10 anos registado em 2017, mas adverte para os riscos associados a um aumento do proteccionismo.

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Foto: Reuters
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Nas Previsões Económicas da Primavera, hoje divulgadas em Bruxelas, o executivo comunitário lembra que a taxa de crescimento da União Europeia e da zona euro no ano passado "ultrapassou as expectativas", ao atingir os 2,4% em ambos os casos, o nível mais elevado dos últimos 10 anos, e este ano deverá conhecer uma desaceleração muito ligeira, fixando-se nos 2,3%, tanto no conjunto dos 28 Estados-membros como no espaço da moeda única, recuando para os 2,0% em 2019.

Bruxelas destaca que "o consumo privado permanece dinâmico, enquanto as exportações e os investimentos se intensificaram", ao mesmo tempo que "o desemprego continua a cair e encontra-se agora próximos dos níveis anteriores à crise", mas ressalva que a economia europeia está no entanto "mais exposta a factores de risco externos, que se agudizaram e tornaram-se mais negativos" e alerta que, em concreto, as disputas comerciais na cena mundial e as políticas proteccionistas podem travar a expansão em curso na Europa.

Admitindo que os riscos associados a estas "previsões da Primavera" são agora de uma revisão em baixa, a Comissão Europeia considera que "as tensões em curso no comércio" apresentam "um risco inegavelmente negativo para a economia global" e para a zona euro em particular, sobretudo para os Estados-membros com uma dívida (pública ou privada) elevada, dadas as implicações que podem ter nos mercados.

Segundo Bruxelas, "por força da sua abertura, a zona euro estaria particularmente vulnerável" se os riscos negativos se materializarem, e, "ainda que o aumento das tarifas (sobre o aço e alumínio) decididas até agora pela administração norte-americana e as medidas de retaliação da China devam ter um impacto apenas marginal nas perspectivas económicas globais, uma contínua escalada seria mais prejudicial e poderia levar também a uma perda de confiança no sistema comercial multilateral global ou a mais nas cadeias de abastecimento mundiais".

Numa primeira análise às previsões de hoje, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, comentou que "a Europa continua a beneficiar de um crescimento robusto" e, efectivamente, "o risco maior que pesa sobre as perspectivas optimistas é o proteccionismo, que não pode tornar-se a 'nova normalidade'".

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