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O "PSD não faz parte da geringonça", diz Passos

14 de janeiro de 2017 às 20:00

Líder social-democrata acusou o PCP e o Bloco de Esquerda de mudarem de opinião, defendendo que no ano passado os dois partidos concordavam com a descida da TSU

O presidente do PDS, Pedro Passos Coelho, voltou a usar a redução da Taxa Social Única para atacar os partidos à esquerda. Desta vez, o social-democrata acusou o PCP e o Bloco de Esquerda de mudarem de opinião, defendendo que no ano passado os dois partidos concordavam com a medida.

 

"Eu não me lembro de o PCP e de o Bloco de Esquerda terem estado contra a decisão do Governo e eles fizeram a mesma coisa no ano passado", disse, na cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos distritais do PSD de Évora.

 

Pedro Passos Coelho referiu que, este ano, "se a decisão foi tomada e andou para frente, foi porque eles (PS, PCP e Bloco de Esquerda) concordaram", caso contrário a descida da TSU "tinha caído" em 2016. "Este ano, porque há eleições autárquicas ou por outra coisa qualquer, parece que estão desentendidos", realçou o responsável social-democrata, num discurso de cerca de 40 minutos, na cerimónia que decorreu numa unidade hoteleira da cidade alentejana.

 

A medida está prevista no acordo de concertação social, que consagrou o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN), mas tanto o Bloco de Esquerda como o PCP admitiram levá-la ao Parlamento, caso o Governo insista na redução da TSU para as empresas como forma de compensá-las pelo aumento do SMN. "Às vezes, pergunto-me se nesses partidos mais à esquerda não pensariam mesmo que 'isto é que era bom, eles ficam a decidir o Salário Mínimo Nacional, o mais alto possível, o PSD que, depois, lá no Parlamento, pague a factura dessa coisa, que eles não estão para isso'", ironizou.

 

"E, se nós não apoiarmos isso, não somos responsáveis e somos incoerentes", acrescentou, frisando que o PSD "não faz parte da geringonça", que "ninguém pediu opinião para tomar estas decisões" e que consigo "não negociaram nada".

 

Passos Coelho sublinhou que o seu partido pode não concordar, mas respeita e sempre respeitou as posições dos parceiros sociais e disse esperar "a mesma coisa de volta", mas frisou que não foi com os sociais-democratas que os parceiros sociais negociaram.

 

"Foi com o Governo e o Governo não nos veio pedir a nós apoio para fazer aquela negociação, foi ao Bloco de Esquerda e ao PCP. Portanto, é lá que vai mesmo ter que resolver esse problema", acentuou.

 

O presidente do PSD assinalou que "quando estava no Governo com o CDS, negociava com o CDS", afirmando que "o PS tem uma negociação com o Bloco de Esquerda e com PCP e é lá que deve negociar".

 

Referindo que PS, PCP, BE e 'Os Verdes' "não perdem nenhuma oportunidade para lembrar que o PSD não é preciso no Governo para coisa nenhuma e que o seu voto não é preciso para nada", Passos Coelho pediu a esses partidos que sejam "coerentes com esta sua afirmação".

 

"Se a coisa começou assim com a TSU e o Salário Mínimo Nacional, como vai ser o resto do ano? Vão andar sempre a pedir ao PSD para apoiar o Governo porque eles, este ano, estão de baixa, meteram folga?", questionou.

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