Rui Costa, criador e organizador da competição de surf de ondas tubulares, aponta à SÁBADO o que espera da 11ª edição do Capítulo Perfeito. Este ano haverá quatro mulheres em ação, reflexo da evolução do surf feminino, e um aumento significativo dos prémios monetários, que serão de 50 mil euros. E há ainda a vontade de apostar em destinos fora de Portugal.
Ainda não há data certa, mas até 11 de março irá, de certeza, realizar-se a 11ª edição do Capítulo Perfeito, a prova que reúne os maiores especialistas mundiais em ondas tubulares e que vai acontecer pela sétima vez na praia de Carcavelos (Cascais) – houve ainda mais duas em Supertubos, em Peniche (2012 e 2013) e outras duas na Praia do Norte, na Nazaré (2016 e 2017/2018).
O Capítulo Perfeito pretende acontecer no melhor dia de surf do inverno português, com ondas grandes e tubulares, o ex-libris da modalidade. Aliás, nesta competição especial só os tubos (manobra-rainha do surf) são pontuados, não sendo considerada nenhuma outra manobra para o score dos competidores.
Os 16 surfistas que vão participar, nacionais e estrangeiros, só vão receber o alerta da prova 72 horas antes, após um acompanhamento e apreciação detalhados das previsões do mar e da atmosfera. Este ano, uma das novidades passa por incluir o Special Women Heat, que irá acontecer entre as meias-finais e a final do Capítulo Perfeito, contando com a presença de quatro surfistas portuguesas: Francisca Veselko, Mafalda Lopes, Yolanda Hopkins e Camila Cardoso.
Rui Costa, o criador e organizador da prova, falou com a SÁBADO e aponta o que se pode esperar da competição deste ano.
Esta é a 11ª edição do Capítulo Perfeito. Que balanço é que se pode fazer desta competição?
Um balanço muito positivo. Em pouco mais de 10 anos tornámo-nos numa marca internacional, cujos conteúdos dão a volta ao mundo todos os anos. Tornámo-nos uma referência não só para os surfistas internacionais, que recebem os nossos convites sempre com muito entusiasmo e reconhecimento, mas para a comunidade do surf global, que acompanha massivamente o evento não só nas redes sociais como nas transmissões ao vivo. Tornámo-nos também um evento muito respeitado pelos media internacionais, com grandes títulos da imprensa especializada nos EUA e na Austrália a associarem-se a nós como media partners, e a contribuírem para levar o nosso evento, as nossas ondas e o nosso país a um público cada vez mais vasto e aos principais mercados do surf a nível mundial.
Que novidades podemos esperar para este ano?
A grande novidade é o Widlcard Performance, que vai permitir à organização dirigir um convite de última hora a uma estrela internacional que se esteja a destacar em ondas tubulares, em qualquer parte do mundo. Isto vai trazer uma adrenalina extra ao evento, porque só nas vésperas do campeonato é que vamos revelar este convidado surpresa, o que deixa tanto os atletas já confirmados como o público na expectativa de saber quem será o surfista misterioso que vai completar o quadro de competição. Outra importante novidade é o Special Women Heat, que pela primeira vez na história do Capítulo Perfeito vai colocar em prova um leque de surfistas nacionais que terão a oportunidade de mostrar o que valem em condições desafiantes no melhor dia de surf do inverno português. Com isto pretendemos motivar as novas gerações a procurarem e surfarem o tipo de ondas que são a imagem de marca do nosso evento, contribuindo para a evolução do surf feminino em Portugal, particularmente em ondas tubulares. Por último, este ano tivemos um aumento de 10 mil euros no prize money, fixando o valor global em 50 mil euros.
Vai haver, pela primeira vez, o Women Heat. É um sinal da importância que o surf feminino está cada vez mais a ter?
O surf feminino em Portugal tem evoluído a olhos vistos e tem ganho um público cada vez mais vasto. Sinal disto é o facto de a Francisca Veselko ter sido a primeira mulher a participar no Capítulo Perfeito depois de ter sido um dos nomes mais votados pelos fãs em 2024, algo que foi muito comentado nos media e nas redes sociais. Este ano quisemos expandir a nossa atenção ao surf feminino e trazer mais surfistas para o evento, criando um momento só para elas numa altura chave do campeonato, ou seja, entre as meias-finais e a final. Este Special Women Heat vai ser um desafio mas também uma oportunidade para a Francisca, a Camila, a Yolanda e a Mafalda mostrarem o que valem em ondas pesadas, rápidas e muito técnicas. Vai sem dúvida ser um dos pontos altos do dia, algo que esperamos que sirva de inspiração para futuras surfistas se dedicarem mais a este tipo de ondas, que são o ex-libris da modalidade.
O prize money para 2025 será de 50 mil euros, ou seja, tem havido um aumento do dinheiro envolvido. Isso como é que se explica, é porque há cada vez mais marcas interessadas em apostar no surf?
O aumento do prize money é resultado acima de tudo da aposta do próprio evento no crescimento. Estamos conscientes que este é mais um dos factores que atraem alguns dos melhores surfistas a aceitarem o nosso convite. Temos também um compromisso desde 2012 que seria ajudar a elevar o surf e valorizar os seus protagonistas. Por tudo isto, temos desafiado os nossos parceiros, que não são muitos mas são bons, a equiparar a premiação ao nível de reconhecimento global que o evento já tem. Há muita coisa para ser feita ainda, que depende de investimento, mas acreditamos que esta visão de aposta em dar dimensão ao Capítulo Perfeito, irá trazer-nos, a curto prazo, ainda mais investimento das marcas.
Em 2024 realizou-se o NextGeneration nas ilhas Mentawai. É um primeiro passo para a internacionalização do Capítulo Perfeito? A breve prazo poderá vir a ser feito fora de Portugal?
Nunca escondi que esse é o nosso objetivo. O Capítulo Perfeito tem a mobilidade no seu ADN, tendo sido realizado em diferentes praias portuguesas no passado, como os Supertubos e a Praia do Norte. A curto-médio prazo, o objetivo é a internacionalização, realizando vários Capítulos Perfeitos por ano noutros destinos que não apenas Portugal. É um evento que tem tudo para vingar no estrangeiro, pois juntar os melhores tube riders do mundo num dia de competição em ondas perfeitas vai sempre captar massivamente a atenção da comunidade, que vibra especialmente com este tipo de specialty events. A ideia passará também por realizar o evento em destinos menos procurados, revelando as valências de zonas de surf menos desenvolvidas mas que têm um potencial enorme.
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