Nelson Évora bateu por sete centímetros um recorde nacional com 10 anos, ao saltar 17,40 metros, mas ficou a três centímetros do norte-americano Will Claye e a um do brasileiro Almir dos Santos.
"Foi uma competição boa, não me posso queixar. Todos estiveram no seu melhor, foram três centímetros que separaram o ouro do bronze. Por um centímetro se ganha, por um centímetro se perde. Não estou totalmente satisfeito, mas há que aceitar, é assim mesmo o desporto", disse à agência Lusa no final da prova.
O atleta do Sporting promete agora "levantar a cabeça, olhar para a frente e no verão aparecer mais forte ainda para poder responder a este tipo de saltos várias vezes de forma consistente".
Évora apresentou-se em boa forma, com marcas ao nível dos seus saltos de 2008, e à terceira tentativa alcançou a marca de 17,40 metros, bateu o recorde nacional de 17,33 em pista coberta que ele próprio tinha estabelecido há 10 anos atrás, em Karlsruhe.
Mesmo assim, acredita que poderia ter feito melhor.
"Senti-me bem. Estava capaz de fazer saltos bons, [mas] 'o' salto não saiu. Agora é levantar a cabeça. A época continua e é olhar para a época de verão com boas aspirações, porque a época de inverno é uma preparação para a época de verão", vincou.
Este recorde pessoal, considera, é um "bom indicativo do trabalho que se está a desenvolver e daquilo que pode vir a acontecer no futuro", nomeadamente nos Campeonatos Europeus de Atletismo em Berlim.
"[O treinador Ivan Pedroso] Ficou satisfeito, [mas] não ficou 100% satisfeito, como eu. Ele sabe e nós sabemos o que eu podia ter feito aqui hoje", disse.
Quanto ao futuro, o atleta de 33 anos não esconde que tem ambições.
"Nunca foi um segredo, eu quero o meu salto dos 18 metros e é isso que eu ambiciono. Mas antes disso tenho de ser capaz de responder a estes saltos, consolidar saltos acima dos 17,60 ou 17,70 [metros]. E aí sim, vou estar preparado para ir para a frente", garantiu.
Além de ter sido campeão olímpico em 2008, em Pequim, foi bicampeão europeu em pista coberta em 2015 e 2017 e bronze nos mundiais de pista coberta de 2008.
Com esta, o atleta de 33 anos somou cinco presenças em Campeonatos do Mundo de pista coberta, depois da estreia em Budapeste em 2004 (19.º lugar) e participações em Moscovo 2006 (6.º), Valência 2008 (3.º) e Portland 2016 (4.º).
Nélson Évora foi o último dos oito atletas lusos a entrar em competição nos Mundiais que começaram na quinta-feira e decorrem até domingo em Birmingham, no Reino Unido.
Tsanko Arnaudov (lançamento do peso) terminou este sábado no 12.º classificado na final, com 19,93 metros.
Cátia Azevedo ajudou a estafeta portuguesa de 4x400 metros, composta também por Filipa Martins, Rivinilda Mentai e Dorothé Évora, a melhorar em mais de seis segundos o recorde de Portugal da distância, que ficou nos 3.35,43 minutos.
A quatrocentista redimiu-se assim da prova individual nos 400 metros feita na sexta-feira, a qual terminou em 54,17 segundos, o que ditou a 29ª posição da geral.
Também Lorene Bazolo ficou aquém do desejado na prova dos 60 metros femininos, terminada em 7,39 segundos, marca que a deixou na 34ª posição.
Mais positivo foi o desempenho de Lecabela Quaresma, oitava classificada no pentatlo, ao somar 4.424 pontos, o que corresponde à melhor marca portuguesa de 2018 e à terceira melhor marca de sempre da atleta