Federação Internacional de Atletismo decide hoje suspensão do país e retirada de acreditação ao laboratório de Moscovo
O ministro dos Desportos russo admitiu hoje criar uma nova agência antidopagem no país, num dia em que a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) discute uma possível suspensão da Rússia devido a um escândalo dedoping.
Em declarações à agência R-Sport, Vitaly Mutko disse que o Governo está preparado para reformar ou "criar uma nova organização antidopagem" se a IAAF ou a Agência Mundial Antidopagem (AMA) o exigirem.
Um relatório da Comissão Independente (CI) da AMA, tornado público na segunda-feira, recomenda a suspensão da Federação de Atletismo russa por práticas de doping, assim como a retirada da acreditação ao laboratório de Moscovo, cujo director foi responsável pela destruição de 1417 amostras consideradas suspeitas de práticas dopantes.
A AMA já aceitou esta recomendação e retirou a acreditação ao laboratório russo, cujo presidente se demitiu.
A comissão acusa também, entre outras coisas, os serviços secretos russos de intimidação dos responsáveis pela análise de amostras recolhidas nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi (2014) e recomenda, igualmente, a suspensão vitalícia de cinco atletas e cinco treinadores.
Entre os atletas que a comissão quer ver afastados do atletismo estão Mariya Savinova, campeã olímpica dos 800 metros nos Jogos de Londres2012, e Ekaterina Poistogova, bronze na mesma categoria.
De acordo com os responsáveis da Comissão, é muito claro que os casos de dopingno atletismo russo "não poderiam ter acontecido" sem o conhecimento e consentimento do Governo de Moscovo.
A AMA quer agora que a Rússia seja impedida de estar nas provas de atletismo dos Jogos Olímpicos Rio2016, considerando que os resultados de Londres2012 foram "sabotados" pela presença de atletas dopados.
O conselho directivo da IAAF vai discutir hoje a possibilidade de aceitar a recomendação da AMA para sancionar a federação russa, numa penalização que poderá levar à suspensão total e retirada dos atletas russos de futuras competições da IAAF.
Num Estado de direito, a política não se conduz por capas de jornais, conduz-se pela vontade popular expressa nas urnas.
A ameaça russa já começa a ter repercussões concretas no terreno. É disso exemplo as constantes e descaradas incursões de aeronaves russas, principalmente drones, em território europeu.
A análise dos relatórios oficiais, alicerçada em factos e não em perceções, demonstra que o desempenho do Ministério Público continua a pautar‑se por exigência técnica, rigor e eficácia, mesmo perante constrangimentos evidentes de recursos.
Ser liberal é viver e deixar viver. É também não sucumbir ao ressentimento social: as páginas em que Cotrim de Figueiredo confessa essa tentação quando olhava para os colegas mais abonados do Colégio Alemão são de uma honestidade tocante.
