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O que são os aviões Rafale que a Ucrânia vai comprar à França?

Ana Bela Ferreira 17 de novembro de 2025 às 21:58

O presidente ucraniano assinou esta segunda-feira um pacto de Defesa a 10 anos com o homólogo francês.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou esta segunda-feira que Kiev pretende comprar 100 aviões Rafale F4 a França. O anúncio foi feito depois de assinar um pacto de Defesa que deve vigorar por 10 anos com o homólogo francês, Emmanuel Macron. Mas afinal que aviões são estes que Kiev quer para combater a Rússia?
Zelensky fecha acordo “histórico” com França para a compra de 100 aviões de combate

1O que são os Rafale?

Criados pela empresa Dassault são o topo de gama dos aviões de guerra fabricados em França e o seu nome significa rajada de vento ou de tiros. Com apenas um ocupante e dois motores, é altamente manobrável e capaz de realizar lançamentos de armas nucleares e operações anti-navios. Com este equipamento, que começou a ser construído em 2004, a Ucrânia ganhava assim uma capacidade de combate aéreo ao nível dos padrões ocidentais mais elevados. Os verdadeiros pontos fortes destes aviões são os seus sistemas de fusão de dados, que incluem um conjunto de aviónica modular integrada (IMA), ou seja, um sistema integrado de múltiplas funções, e uma unidade de processamento de dados modular, juntamente com o radar multimodo Thales RBE2 AA com matriz de varredura eletrónica ativa (AESA) e os seus sistemas defensivos integrados SPECTRA, que permitem à aeronave apoiar missões de supressão das defesas aéreas inimigas (SEAD). 

2Porquê que são importantes para a Ucrânia?

Segundo o Kiev Post, o governo ucraniano quer integrar os Rafale na sua frota de quarta geração, onde se incluem os americanos F-16 e os suecos Saab JAS 39 Gripen. Este novo modelo francês pode assim substituir os conterrâneos Mirage 2000-5F. 

3Que países já compraram estes aviões?

Os Rafale têm sido um sucesso de vendas da Dassault, que anunciou em outubro, a entrega dos seu 300º exemplar, e da existência de encomendas para 533, no total, como refere a Reuters. As exportações começaram em 2015, com o Egito. Qatar, Grécia, Croácia, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Sérvia e Índia são os países que se seguiram. Estas aeronaves já combateram no Afeganistão, Mali, Líbia, Iraque e Síria. O Paquistão abateu um dos exemplares indiano em maio, durante o conflito que opôs as duas potências.

4Que limitações tem?

Estes aviões não possuem capacidade de camuflagem, tal como outros usados no campo de batalha no conflito com a Rússia. Da sua geração, apenas os F-117 possuem essa capacidade. Além disso, vai faltar para que estejam ao dispor das forças ucranianas, e será ainda preciso treinar os pilotos, as equipas de manutenção no terreno, especialistas em armamento, especialistas em informações e construir infraestruturas para otimizar o ser armazenamento e incorporação nas operações aéreas. A sua chegada ao terreno não é expectável antes da primavera/verão de 2027, e em número muito limitado.
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