Sábado – Pense por si

SOS Voz Amiga: A linha que só escuta, não critica

Lucília Galha
Lucília Galha 22 de julho de 2018 às 15:00

É o mais antigo número de prevenção e também o mais intimista: do outro lado do telefone só há um voluntário a receber as chamadas. Tudo para preservar o anonimato.

Perdeu tudo e a mãe também lhe tinha morrido há alguns dias. Ligava de uma cabine telefónica porque não tinha onde dormir e decidira suicidar-se naquela véspera de Natal. Do outro lado da linha estava Maria Azenha. A voluntária, de 72 anos, não o contrariou, ficou só a conversar com ele. Calma e articuladamente. "Dizer: ‘Não faça isso’ é a pior coisa que se pode fazer nestas situações", afirma àSÁBADO. A determinada altura, a antiga professora de Matemática perguntou -lhe o que gostaria de fazer com a mãe naquela consoada, se ela ainda estivesse viva. Respondeu: "Beber champanhe." Então, disse-lhe: "Podemos fazer um acto de celebração como se tivéssemos um copo de champanhe na mão e bebemos os dois." O homem começou a chorar, a conversa continuou indefinidamente e, no final, ele agradeceu "ter tido alguém para partilhar a sua perda e o seu profundo sofrimento", recorda a voluntária, com um sorriso.

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