Relatório da Direcção-Geral da Saúde associa as elevadas taxas de pobreza ao número de pessoas com excesso de peso em Portugal
De acordo com o relatórioPortugal - Alimentação Saudável em Números 2015, que é hoje apresentado em Lisboa, registou-se um "forte crescimento do número de utentes com registo de obesidade e excesso de peso (embora desigual por região) que poderá ser devido a diferentes fatores, entre eles uma maior atenção dos profissionais de saúde a este fenómeno".
O documento indica que, em 2014, existiam 620 769 utentes obesas e 497 167 com excesso de peso.
De acordo com a Direcção-Geral da Saúde (DGS), "a questão das desigualdades sociais e o seu impacto no acesso e consumo adequado de alimentos e consequentemente no estado de saúde dos indivíduos parece assumir uma importância ainda maior no actual contexto de crise económica que se faz sentir na Europa e em particular em Portugal".
"É de esperar que a actual situação de instabilidade económica, caracterizada pelas elevadas taxas de desemprego, aumentos consideráveis ao nível da carga fiscal com impacto também no que se refere ao preço dos alimentos e a redução de salários e dos apoios sociais prestados pelo Estado, tenha um impacto considerável nos índices de pobreza e desigualdades sociais em Portugal", lê-se no sumário da publicação.
O mesmo relatório refere que "Portugal mantém-se como um dos países europeus com maior desigualdade na distribuição de rendimento e taxas mais elevadas de risco de pobreza monetária, tendo nas últimas décadas a taxa de pobreza mantido um nível elevado e relativamente estável".
"É expectável que um período marcado por crescentes desigualdades na distribuição de rendimento e por elevadas taxas de pobreza tenha um significativo impacto no consumo alimentar e estado de saúde da população portuguesa, podendo estar comprometida a garantia da segurança alimentar para um número elevado de agregados familiares portugueses, isto é, a garantia do acesso a alimentos em quantidade suficientes, seguros e nutricionalmente adequados", prossegue o documento.
Os autores do documento consideram que, tendo em conta que "a obesidade e outras doenças crónicas, como as doenças cardiovasculares, cancro ou diabetes estão claramente dependentes de uma alimentação saudável", o " investimento na prevenção e promoção de hábitos alimentares saudáveis é decisivo quando mais de 50% dos adultos portugueses sofre de excesso de peso".
"A promoção de hábitos alimentares saudáveis exige trabalho concertado com outros sectores a médio prazo. Os serviços de saúde necessitam de se preparar melhor para lidar de forma integrada com outros sectores da sociedade na prevenção da pandemia da obesidade e na promoção de hábitos alimentares saudáveis", lê-se nas recomendações que constam do relatório.
A DGS sublinha que "a alimentação de má qualidade afecta com maior intensidade crianças, idosos e os grupos socioeconomicamente mais vulneráveis da nossa população, aumentando as desigualdades em saúde. O investimento na promoção de hábitos alimentares deverá permitir reduzir desigualdades em saúde".
No entanto, este organismo refere que "a estabilização do crescimento da obesidade e do aumento do peso corporal, medido através do Índice de Massa Corporal, registado pelas crianças portuguesas nos últimos quatro anos é um dos marcos assinalados pelo relatório".
"Ainda assim, a proporção de crianças com excesso de peso em Portugal, acima da média europeia, e a sua relação com as desigualdades sociais, mantêm-se no topo das preocupações do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável", indica a DGS.
Entre os vários dados que constam do documento, a DGS destaca o facto de "os hábitos alimentares inadequados dos portugueses constituírem o primeiro factor de risco de perda de anos de vida".
"Estudos internacionais apontam a má alimentação como responsável por 11,96% do total de anos de vida prematuramente perdidos pelas mulheres portuguesas, percentagem que sobe para 15,27% no sexo masculino. A obesidade e outras doenças crónicas, como as doenças cardiovasculares, cancro ou diabetes estão claramente dependentes de uma alimentação saudável", lê-se no sumário da publicação.
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