Foram seguidos vários voluntários expostos ao vírus e divididos por grupos diferentes. Quem desenvolveu doença grave e leve teve resposta imunitária parecida: gene destacou-se nos que não sofreram doença.
A pandemia de covid-19 fez com que milhões de pessoas fossem infetadas pelo vírus SARS-CoV-2 em todo o mundo: mas porque é que umas ficaram doentes e outras não? Um estudo liderado pela universidade de Londres, pelo Wellcome Sanger Institute e pelo Imperial College de Londres publicado na Nature responde a essa questão: pode dever-se a factores genéticos.
Para este estudo, 16 voluntários submeteram-se a várias análises ao sangue e a colheita de tecido entre o nariz e a garganta. Estas amostras foram recolhidas antes e depois de os participantes serem expostos ao vírus, em intervalos regulares de tempo.
REUTERS/Stephane Mahe
As amostras foram então processadas e analisadas usando a técnica de sequenciação de uma célula única, que permitiu extrair e analisar o material genético. Através desta tecnologia foi possível rastrear a evolução da doença em detalhe, na pré-infeção e na recuperação.
Apesar de todos os voluntários terem sido expostos à mesma dose do vírus, nem todos testaram positivo à covid, como revela o estudo. O grupo de 16 voluntários foi dividido em três grupos diferentes, conforme a evolução da doença. Seis dos voluntários desenvolveram covid-19 leve, testando positivo durante vários dias com sintomas semelhantes ao de uma constipação. Este conjunto foi chamado de "grupo de infeção sustentada".
Dos restantes 10 voluntários que não sofreram uma infeção sustentada, três sentiram uma infeção com sintomas limitados, com testes virais positivos. A esse grupo foi dado o nome de "infeção transitória". Os restantes voluntários testaram negativo à covid e não desenvolveram quaisquer sintomas.
Foi a primeira vez que houve confirmação de infeções falhadas. Mas apesar da diversidade de resultados, os voluntários dos três grupos de infeção compartilharam respostas imunológicas especificas.
Human SARS-CoV-2 challenge uncovers local and systemic response dynamics
O tempo de resposta celular entre os grupos mostrou ser diferente: nos voluntários do "grupo de infeção transitória", o vírus foi detetado momentaneamente: o estudo relata uma forte acumulação de células imunológicas no dia após à exposição da doença. Em oposição, o grupo de "infeção sustentada" apresentou uma resposta mais tardia, começando cinco dias após a infeção, permitindo que o vírus se instalasse nestes voluntários.
No grupo de "infeção sustentada", foram identificadas células estimuladas por uma resposta antiviral no nariz e no sangue. A esta ocorrência, dá-se nome de resposta interferão: é uma forma de o corpo avisar o sistema imunitário que tem que lutar contra vírus e outras infeções. Os cientistas ficaram surpreendidos por detetar esta resposta no sangue antes de no nariz, o que significa que a resposta imunitária se espalha a partir do nariz muito rapidamente.
Foi ainda identificado em níveis elevados um gene, o HLA-DQA2, nos voluntários que não desenvolveram a doença. Tal pode ser lido como um marcador de proteção nestas pessoas, que mais provavelmente não irão sofrer de covid-19 grave.
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