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Cérebro tem várias regiões que formam um circuito comum que é ativado na criatividade

Lusa 13 de fevereiro de 2025 às 21:53
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Os investigadores descobriram que pessoas com lesões cerebrais ou doenças degenerativas que afetam este circuito podem ser mais criativas.

Cientistas descobriram que o cérebro tem várias regiões que formam um circuito comum que é ativado quando uma pessoa executa tarefas criativas.

Além disso, os investigadores descobriram que pessoas com lesões cerebrais ou doenças degenerativas que afetam este circuito podem ser mais criativas.

Os resultados da descoberta, publicados na revista JAMA Network Open, baseiam-se em estudos de imagens cerebrais de 857 pessoas obtidas por ressonância magnética.

O objetivo do trabalho visou aferir quais as regiões cerebrais chave para a criatividade humana e que relação têm com as lesões cerebrais.

Uma equipa liderada por investigadores do Mass General Brigham, nos Estados Unidos, analisou os dados de ressonância magnética para identificar as regiões cerebrais ativadas por atividades criativas distintas, como desenhar, escrever e tocar música, e avaliou os dados de pacientes que tinham alterações na criatividade causadas por lesões cerebrais ou doenças neurodegenerativas.

Segundo Julian Kutsche, coautor do estudo hoje divulgado, "algumas pessoas com doenças neurológicas experimentam um novo início de comportamento criativo e apresentam padrões específicos de danos que se alinham com o circuito de criatividade" identificado.

Kutsche adiantou que a descoberta mais interessante foi que todas as regiões cerebrais ativadas por tarefas criativas estavam ligadas negativamente ao lobo frontal direito, a parte do cérebro considerada importante para a supervisão e os comportamentos baseados em regras.

Para o investigador, a atividade reduzida no lobo frontal direito poderá alinhar-se com a hipótese de que a criatividade requer desligar uma função.

Por exemplo, a criatividade pode depender da inibição da autocensura para favorecer a livre associação e a geração de ideias.

"Estas descobertas podem ajudar a explicar como algumas doenças neurodegenerativas podem levar ao declínio da criatividade, enquanto outras podem revelar um aumento paradoxal da criatividade", sustentou Julian Kutsche, ressalvando, no entanto, que há diferentes zonas do cérebro implicadas na realização de diversas tarefas criativas.

Editorial

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