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Análise ao sangue poderá substituir amostras de medula óssea na deteção da leucemia

CM 28 de junho de 2025 às 12:04

Investigadores têm vindo a acompanhar alterações nas células estaminais hematopoiéticas.

Investigadores apresentaram resultados que poderão levar ao desenvolvimento de um teste de sangue inovador para detetar o risco de desenvolver leucemia, substituindo assim o procedimento invasivo de recolha de amostras de medula óssea.

Análises ao sangue

Os laboratórios dos professores Liran Shlush e Amos Tanay do Instituto Weizmann de Ciências, em Israel, efetuaram estudos aprofundados sobre a biologia do sangue para compreender melhor o processo de envelhecimento e a razão pela qual algumas pessoas se tornam mais suscetíveis a doenças à medida que envelhecem.

No novo estudo, publicado este sábado na revista Nature Medicine, Shlush e Tanay apresentam resultados que poderão levar ao desenvolvimento de uma análise de sangue inovadora para detetar o risco de desenvolver leucemia.

O trabalho centrou-se na síndrome mielodisplásica (SMD), uma doença relacionada com a idade em que as células estaminais do sangue não amadurecem adequadamente e se transformam em células sanguíneas funcionais.As suas equipas de investigação, compostas por médicos, biólogos e cientistas de dados, têm vindo a acompanhar as alterações nas células estaminais hematopoiéticas, incluindo o aparecimento de alterações genéticas nestas células em cerca de um terço das pessoas com mais de 40 anos.

Estas alterações não só aumentam o risco de cancros do sangue, como a leucemia, mas também têm sido associadas a doenças cardíacas, diabetes e outras doenças relacionadas com a idade.

O diagnóstico da SMD e a avaliação da sua gravidade são cruciais, uma vez que pode causar anemia grave e progredir para leucemia mieloide aguda, um dos cancros do sangue mais comuns em adultos, mas até agora o diagnóstico tem dependido da recolha de uma amostra de medula óssea, um procedimento que requer anestesia local e pode causar desconforto ou dor significativos.

Uma equipa de investigação liderada por Nili Furer, Nimrod Rappoport e Oren Milman, em colaboração com médicos e investigadores de Israel e dos Estados Unidos, demonstrou que as células estaminais sanguíneas raras - que ocasionalmente saem da medula óssea e entram na corrente sanguínea - contêm informações de diagnóstico sobre a SMD.

Os investigadores mostraram que, com uma simples análise ao sangue e uma sequenciação genética avançada de uma única célula, é possível identificar os primeiros sinais da síndrome e até avaliar o risco de uma pessoa desenvolver cancro do sangue.

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