Sábado – Pense por si

Quatro dias num retiro de espiritualidade e jejum

30 de outubro de 2014 às 18:59

O objectivo era ficar sem comer entre quinta e domingo. E pelo meio meditar. Missão fracassada: sábado de manhã comemos bolachas. Também não conseguimos ver rosas nem canalizar energia através do terceiro olho

Faz lembrar Jesus Cristo. De calças de caqui e camisa sem colarinho, em vez de toga, e com um corte de cabelo mais demodé, género Europe (aqueles que cantavam o The Final Countdown nos anos 80). Sentado de pernas cruzadas no chão do salão de meditação do Monte na Luz, em Loulé, Tony Samara ouve com placidez e infinita paciência os desabafos e dúvidas existenciais dos fiéis, que esperam a vez e se sentam à sua frente, como se ajoelhassem, no intervalo de mais uma meditação. Em vez de doze apóstolos, ávidos por escutarem as suas parábolas, Samara tem 59 seguidores, desejosos de partilharem um pouco da sua sabedoria e espiritualidade. Todos me garantem: ele é "iluminado". Pena que ninguém me consiga explicar o que isso quer dizer ao certo. Nada que me abale: durante quatro dias, o meu objectivo vai ser passar fome e tentar perceber por que motivo tantas pessoas em todo o mundo – perto de 35 mil, segundo a mailing list da Fundação que criou com o seu nome – adoptaram Tony Samara como guia espiritual.

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