Sábado – Pense por si

O sorriso é uma revolta com mais de 200 anos

Maria Espírito Santo 26 de novembro de 2014 às 18:48

Em Paris do século XVIII, sorrir era tão mau como roer as unhas. Um historiador fez a viagem na história que termina com Marilyn Monroe

No Outono de 1787, os visitantes do Museu do Louvre ficaram escandalizados. Era uma afronta: na exposição inaugurada em Paris havia uma peça que se destacava e causava burburinho, o auto-retrato de Madame Vigée-Le Brun. A mulher, imagine-se, tinha o atrevimento de sorrir. O quadro seguia os padrões da época a vários níveis, da indumentária à luz e à posição da figura, que segura uma criança. Em quase tudo excepto na expressão agradável da personagem principal. Na época, sorrir era um mau hábito, comparável a roer as unhas, a coçar-se ou a mexer no nariz em público. O comportamento só era aceite em crianças, gente de baixo nível ou malucos. A pintura era, por isso, uma revolução que começava na sala de exposições.

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