Sábado – Pense por si

Dois bebés na barriga, só um nasceu

Vanda Marques
Vanda Marques 11 de junho de 2017 às 08:00

Fátima engravidou de gémeos e não vai esconder da filha que Tomás não sobreviveu. Às 23 semanas e seis dias terminou essa gestação e Inês nasceu 4 meses depois. Leia a primeira pessoa

Tenho um fio, que levo sempre ao peito, com uma bonequinha e um anjinho. Costumo dizer à minha filha Inês: "Esta menina és tu." Ela acha graça, porque gosta muito do fio. Depois acrescento: "E este anjinho era o mano, que estava contigo na barriga." De vez em quando vou puxando o assunto, mas sem exagerar. Ela não percebe bem, só tem 4 anos. Mas quero contar-lhe, porque é a história dela. Tem o direito de saber que teve um irmão gémeo. Se calhar, as outras pessoas – a família, os amigos – acabam por esquecer, mas os pais, principalmente nós, as mães, nunca esquecemos. Sou mãe de quatro filhos. Infelizmente, um não está presente, mas será sempre meu filho. Chamava-se Tomás.

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Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.