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Crítica de Cinema: Segredos Oficiais

Tiago Santos 10 de setembro de 2019 às 17:10

"Gavin Hood não inventa, inova ou compromete, mas deixa claro em que lado é que está", escreve o crítico

É 2003 e discute-se a invasão do Iraque. Bush e Blair tentam convencer as Nações Unidas - e o mundo ocidental - de que Saddam Hussein tem armas de destruição maciça. Katherine Gunn, uma tradutora britânica que trabalha para uma agência de segurança, divulga a jornalistas um email por parte dos americanos no qual se promove a vigilância a membros do Conselho de Segurança da ONU - a intenção era obter informações comprometedoras que permitissem pressionar e chantagear até terem o apoio necessário para a guerra. Gunn é mais uma a "soprar o apito", um termo que designa os que, estando dentro do sistema, tem a coragem de denunciar abusos de poder. Gavin Hood não inventa, inova ou compromete, mas deixa claro em que lado é que está: em três ocasiões, pelo menos, há alguém que faz uma vénia à coragem da protagonista, que pela verdade pôs família e carreira em risco. Os atores são competentes, masSegredos Oficiais- que vai saltando entre a denúncia, a defesa e a intriga jornalística - fica satisfeito pelo simples facto de repousar na sombra de um filme que não resiste a citar: Os Homens do Presidente, de Alan J. Pakula, ainda o título que todos os dramas políticos gostariam de ser.

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