Paul Watson foi preso na Gronelândia a 21 de julho e aguarda decisão da extradição para Tóquio. Está acusado de ser cúmplice na invasão de um baleeiro em 2010. Centenas de milhares já assinaram petição a exigir a sua libertação.
O ativista defensor das baleias Paul Watson foi preso na Gronelândia, a 21 de julho, e arrisca agora uma condenação que pode chegar aos 15 anos de prisão no Japão. O fundador da ONG Sea Shepherd e cofundador da Greenpeace tinha sobre si um mandado de captura internacional referente a um caso que remonta a 2010.
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De acordo com a Guarda Costeira japonesa, Paul Watson enfrenta acusações de ser cúmplice de agressão e invasão de um navio baleeiro, em fevereiro de 2010. Segundo o Ministério da Justiça nipónico, citado pelo jornal The Guardian, as penas dos crimes de que vem acusado preveem até três anos de prisão e uma multa de 590 euros por invasão do navio e de até 15 anos de prisão e uma multa de 2.950 euros por agressão. Porém, o porta-voz do ministério garante que esta é moldura prevista na lei para estes casos, não é um comentário específico à prisão do ativista.
A líder da filial francesa da Sea Shepherd visitou Paul Watson na prisão, na passada segunda-feira, e garante que este se encontra "bem" e que "não tem arrependimentos". A detenção aconteceu quando o barco em que seguia parou em Nuuk, na Gronelândia, para abastecer quando ia a caminho de intercetar o navio-mãe dos baleeiros japoneses, no Pacífico Norte.
Na página de instagram do ativista, a sua equipa garante que o mandado internacional tinha deixado de estar ativo."Mas, parece que o Japão tornou esse mandado confidencial de forma a permitir que Paul viajasse, conseguindo assim a sua detenção", descreve o texto que dá conta da prisão.
Paul Watson acabou detido por ter agido em conluio com o ativista Peter Bethune, que na época era membro da Sea Shepherd. Bethune embarcou no Shonan Maru a partir de um jetski com o objetivo de deter o capitão da embarcação depois de o barco onde os ativistas seguiam ter sido destruído numa colisão com o baleeiro.
Bethune foi detido pela tripulação do Shonan Maru e acabou preso em Tóquio por entrada ilegal no navio. Foi condenado a dois anos de prisão, suspensos por cinco anos. Foi aí que Watson foi acusado de ser cúmplice e o mandado internacional em seu nome pedido em 2010 e emitido pela Interpol em 2012.
O Japão voltou a caçar baleias em 2019 quando abandonou a Comissão Baleeira Internacional (IWC, na sigla em inglês), que tem uma moratória de comércio deste animal desde 1986. Mesmo com essa moratória, o Japão tinha autorização para caçar cerca de 1.000 baleias por ano para aquilo que designava de investigação científica.
Quando foi invadido, o Shonan Maru viu-se forçado a regressar ao Japão com metade das baleias que planeava caçar.
O advogado de Paul Watson, que tem dupla nacionalidade canadiana e norte-americana, acredita que o Japão não lhe vai conceder um julgamento justo, pelo que apela à Dinamarca para não o extraditar. A Gronelândia é uma província autónoma da Dinamarca, cabendo ao Ministério da Justiça daquele país decidir se envia ou não Watson para Tóquio.
A Fundação Paul Watson lançou entretanto uma petição online pela liberdade do ativista, que conta com mais de 43 mil assinaturas. Uma outra petição feita em França, onde Watson vive há um ano, e apelando a Macron que exija a sua libertação, juntou em oito dias 670 mil assinaturas.
Ativista contra a caça da baleia arrisca 15 anos de prisão no Japão
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