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A rainha da moda, deixou o cargo de editora da Vogue americana, mas não sai de cena, eleva-se a imperatriz.
Depois de 37 anos a dirigir a revista americana Vogue e de se tornar a mulher mais poderosa e temida do mundo da moda, a britânica Anna Wintour anunciou que iria deixar o cargo de diretora da revista. No entanto, a adepta de ténis - capaz de deixar a semana da moda para assistir a uma prova do torneio Grand Slam - está longe de se reformar, apesar dos seus 75 anos.
Anna Wintour será a responsável editorial por todas as publicações da Condé Nast que, para além da Vogue, inclui as oito Vogue internacionais, a Vanity Fair, a GQ e a Wired. De fora do seu controlo ficará apenas a histórica New Yorker. O novo diretor da mais importante revista de moda no mundo terá de responder a ela.
"Qualquer pessoa numa área criativa sabe como é essencial nunca parar de crescer no seu trabalho. Quando me tornei editora da Vogue, estava ansiosa por provar a quem quisesse ouvir que havia uma forma nova e entusiasmante de imaginar uma revista de moda americana", disse Anna Wintour à equipa, na reunião de edição da semana passada.
"Agora, descobri que o que me dá mais prazer é ajudar a próxima geração de entusiasmados editores irromper o setor com as suas próprias ideias, apoiados por uma nova e excitante forma de como uma grande empresa de media pode ser", acrescentou.
A era Wintour não está a chegar ao fim, como previam alguns rumores. Não é de estranhar: a mulher de cabelo e franja curta, quase sempre de óculos, é a figura mais proeminente da moda nas últimas décadas e a sua influência não tem diminuído. A melhor cadeira da audiência das semanas de moda de Nova Iorque, Paris ou Milão continua a ser reservada para ela e irá continuar.
Os jeans que deram início ao império
Tudo começou com um pequeno escândalo. A primeira capa da Vogue de Anna Wintour como diretora, em 1988, fez parar as rotativas na gráfica. Na capa estava a modelo Michaela Bercu vestida com uma camisola coberta de pedras brilhantes Christian Lacroix e umas, nunca antes vistas na capa, calças de ganga da Guess. O responsável da gráfica chegou a ligar para a redação para confirmar que não tinha sido cometido qualquer erro.
A capa questionava o que era alta-costura e abriu portas para o grunge e para as supermodelos. Foi Anna Wintour que também decidiu colocar na capa celebridades e atores como Oprah Winfrey, Madonna, Ivana Trump e Renée Zellweger.
A relação que cultivou com Hollywood e o mundo da música ajudou a transformar a gala anual de angariação de fundos para o Costume Institute, do Museu Metropolitano de Arte, o Met Gala, numa noite tão importante como os Óscares da Academia de Cinema.
Pelo caminho criou uma persona dura que não atura falhas, nem atrasos, que foi retratada por Meryl Streep no filme O Diabo Usa Prada, em 2006. Filha de um editor do jornal britânico Evening Standard, Charles Wintour, ajudou o pai a tornar o diário mais atraente para a juventude londrina reportando sobre concertos e moda. Mudou-se para Nova Iorque para ser editora-assistente na Harpar’s Bazaar e foi na revista New York que percebeu que as capas com estrelas do cinema e socialites aumentavam as vendas.
Depois de ser editora-criativa na Vogue americana durante dois anos, foi nomeada diretora da Vogue britânica em 1985. Em 1988, conseguiu o cargo que sonhava desde criança, diretora da Vogue americana e no qual transformou o mundo da moda. O que se seguirá?
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