Os Beatles "não eram grande coisa". Nem sequer eram "particularmente afinados". No final de 1962, os quatro rapazes de Liverpool não eram mais que isso: quatro rapazes, duas guitarras, bateria e baixo com um pequeno grupo de seguidores e uma breve estadia na zona vermelha de Hamburgo a preencher o currículo. Brian Epstein, o agente, via o potencial, mas também sabia que faltava algo para conseguir um contrato com uma editora e um assalto credível às tabelas de vendas. Mas também sabia onde o encontrar. Depois de uma curta passagem pela BBC, na EMI estava George Martin o produtor que ao ouvir as primeiras gravações dos Beatles não se deslumbrou. "Para ser simpático, [a gravação] não era de forma alguma um estrondo. Percebi bem porque tinham sido recusados", escreveu nas memórias, All You Need is Ears. Mais tarde haveria de confessar que nem os tinha achado "particularmente afinados", mas havia ali alguma coisa e Martin aceitou ir para o estúdio com os quatro miúdos de Liverpool. Ninguém previu o que se seguiria.

George Martin, O Quinto Beatle (1926-2016)

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