Somos 8 mil milhões e metade não tem voz
ONU assinala o Dia Mundial da População, esta terça-feira, com o foco na igualdade de género. "O que as mulheres e as meninas querem, tem importância", sublinha as Nações Unidas.
11 de julho é o Dia Mundial da População, uma data criada com o objetivo de sensibilizar para as questões relacionadas com a população e reconhecer a importância das políticas demográficas no desenvolvimento social e económico dos países. É neste sentido que oFundo de Populações das Nações Unidasdefiniu para este ano, 2023, o tema da igualdade: "O que as mulheres e as meninas querem, tem importância", é o mote.
Entre oito mil milhões de pessoas, metade da Humanidade (4 mil milhões de mulheres e raparigas), são vítimas de discriminação com base exclusivamente no género. Segundo a ONU, as mulheres representam 49,7% da população mundial, no entanto, são frequentemente ignoradas nos debates sobre demografia, sendo os seus direitos violados nas políticas demográficas.
"Esta injustiça generalizada mantém as mulheres e as raparigas fora da escola, da força de trabalho e dos cargos de liderança; limita o seu poder de intervenção e a sua capacidade de tomar decisões sobre a sua saúde e a sua vida sexual e reprodutiva; e aumenta a sua vulnerabilidade à violência, às práticas nocivas e à morte materna evitável, com uma mulher a morrer de dois em dois minutos devido à gravidez ou ao parto. Temos de promover a igualdade de género para criar um mundo mais justo, resiliente e sustentável", afirmam os responsáveis da ONU.
A ONU reforça ainda que as mulheres têm qualidades como a "criatividade" e "engenho" para ajudar a solucionar os problemas demográficos, as alterações climáticas e os conflitos e foram também importantes para o crescimento da população.
Em 2011, a população mundial atingiu a marca dos 7 mil milhões, chegou aos 8 mil milhões em 2022 e prevê-se que cresça para cerca de 8,5 mil milhões em 2030, 9,7 mil milhões em 2050 e 10,9 mil milhões em 2100, no entanto, foram necessários centenas de milhares de anos para que a população mundial atingisse a marca dos mil milhões. O que contribuiu para este crescimento? O aumento do número de pessoas que sobreviveram até à idade reprodutiva, as alterações nas taxas de fertilidade, o aumento da urbanização e a aceleração da migração.
Mas as alterações não ficam pelo presente e passado, segundo a ONU, em 2050, cerca de 66% da população mundial viverá em cidades.
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