Quem é Yulia Svyrydenko, a escolhida de Zelensky para primeira-ministra?
Atual ministra da Economia tem 39 anos e caso seja eleita primeira-ministra será a segunda mulher a ocupar este cargo. No seu percurso profissional ficou conhecida por ter liderado as negociações para o acordo dos minerais, assinado com os EUA.
O primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal, apresentou na terça-feira (15) a sua demissão - um dia depois de o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter anunciado a candidatura de Yulia Svyrydenko ao cargo.
Apesar de ser quase certo que a economista vai ser a próxima primeira-ministra, esta nomeação tem ainda de ser aprovada no parlamento - o que deverá acontecer ainda esta semana. Quando se concretizar (o parlamento é maioritariamente apoiante de Zelensky), Svyrydenko ficará para a história do país como a segunda mulher a ocupar este cargo, depois de Yulia Tymoshenko.
Quem é Yulia Svyrydenko?
Apesar da sua juventude, Yulia Svyrydenko não é uma cara desconhecida na política ucraniana, integrando o atual Governo desde 2019. Serve atualmente como ministra da Economia.
Durante a invasão russa, iniciada há três anos, ela não apenas assumiu o comando da cooperação económica com os Estados Unidos e a Europa, como também desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da indústria da defesa.
Formada em economia, ficou conhecida pelo seu papel de negociadora principal no acordo sobre minerais, assinado com o governo norte-americano de Donald Trump no final de abril.
"Ela foi a única e a principal líder desta conversação. Se ela não tivesse estado lá, este acordo podia [não ter acontecido]", disse o antigo ministro da Economia, Timofey Mylovanov.
Além disso, Svyrydenko teve também um papel importante na definição da reconstrução da Ucrânia, assim como no plano económico pós-guerra.
A vida profissional
Svyrydenko nasceu a 25 de dezembro de 1985, na cidade de Chernihiv. Formou-se na Universidade Nacional de Comércio e Economia, em Kiev, em 2008, tendo iniciado o seu percurso profissional como economista no mesmo ano, numa empresa privada de imobiliário. Em 2011 foi nomeada representante da missão económica da sua região natal na cidade chinesa de Wuxi, tendo captado investimento privado para a Ucrânia.
Em 2015, entrou para o setor público. Primeiro tornou-se conselheira do governo e depois foi apontada como chefe do Departamento do Desenvolvimento Económico, na região de Chernihiv.
Já em 2017 assumiu o cargo de deputada, e, graças à sua capacidade de liderança, a sua região atraiu investimentos estrangeiros de cerca de 340 milhões de dólares (€293 milhões) - tendo esta região ficado em terceiro lugar em termos de desenvolvimento económico. Um ano depois, em 2018, tornou-se governadora interina durante meio ano.
"Era muito fácil trabalhar com ela", começou por dizer ao Kyiv Post um vereador de Chernihiv. "Como gestora, ela não tinha 'uma coroa', como se diz. Ela ouvia os mais experientes, apoiava os mais jovens e lidava com as mudanças de pessoal com habilidade", completou um funcionário que trabalhou com Svyrydenko.
Em 2019, Zelensky nomeou-a vice-ministra da Economia, e em 2020, foi elevada a vice-primeira-ministra. Nesse ano, foi também destacada como vice-chefe do gabinete do presidente.
O que esperar de Svyrydenko enquanto primeira-ministra?
Numa publicação partilhada no Instagram, a ministra detalhou a tarefa que terá pela frente: "Estou grata ao presidente Volodymyr Zelensky pela sua confiança e pela oportunidade de servir a Ucrânia", começou por escrever. "O Chefe de Estado identificou as tarefas prioritárias: reforçar o potencial económico ucraniano e expandir os programas de suporte ucranianos; aumentar a produção das nossas armas."
Para Svyrydenko, de 39 anos, estas tarefas podem ser concretizadas "por meio de diminuição de normas governamentais, eliminação de burocracia, redução das despesas não essenciais do Estado e duplicação de funções de instituições estatais, da proteção do espírito empresarial e da concentração total dos recursos estatais na defesa da Ucrânia e na recuperação após os combates."
No entanto, o primeiro passo deverá passar por garantir apoio às Forças de Defesa e Segurança da Ucrânia e "estabilidade ao nosso Estado". "A Ucrânia merece estar entre as economias mais fortes da Europa. A sociedade ucraniana precisa de ferramentas mais claras de apoio social. Todos os militares ucranianos, todos os veteranos ucranianos merecem respeito e gratidão do Estado."
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