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Morreu Mary Wilson, uma das fundadoras das Supremes

Diogo Barreto 09 de fevereiro de 2021 às 09:37

Ao lado de Diana Ross e Florence Ballard, Mary Wilson teve uma carreira de sucesso e ajudou a lançar uma revolução que influenciou milhares de jovens afro-americanas.

Morreu a lenda da Motown e fundadora das Supremes Mary Wilson. A morte da cantora foi confirmada esta terça-feira pelo seu representante. Mary tinha 76 anos e morreu na sua casa, em Henderson, no Nevada.

Paul Harris/Getty Images

Ao lado de Diana Ross e Florence Ballard, Wilson encantou milhões pelo mundo fora quando o grupo de três afro-americanas conquistou o topo das tabelas musicais. Sucessos como "Where Did Our Love Go", "Baby Love" ou "Stop! In the Name of Love" tornaram as Supremes uma das bandas mais importantes da década de 60, no universo pop.

Berry Gordy, o fundador da Motown, uma das mais importantes editoras discográficas dos Estados Unidos, lamentou a morte da sua antiga pupila. "Fiquei chocado e triste por saber da morte de um membro tão importante da família Motown, a Mary Wilson das Supreme", afirmou em comunicado. "As Supremes eram conhecidas como as 'queridinhas da Motown'. A Mary, ao lado da Diana Ross e da Florence Ballard, chegaram à Motown no início da década de 60 e depois de uma quantidade sem precedentes de êxitos, de aparições nas televisões e discotecas, abriram as portas para elas, aos outros artistas da Motown e a muitos, muitos outros", continua Gordy.

"A Mary era uma estrela por si mesmo e durante os anos continuou a lutar para dar visibilidade ao legado das Supremes. A Mary era muito especial para mim. Era uma pioneira, uma diva e vamos ter muitas saudades dela", termina Gordy, o responsável por lançar as Supremes.

Aliadas à tripla mais importante da composição na Motown, Holland–Dozier–Holland, as Supreme gravaram dezenas de canções compostas pelos compositores de serviço e que acabaram por ser êxitos e entrar no imaginário coletivo do país e também do mundo. No total, tiveram 12 números 1 nas tabelas norte-americanas.


Mais do que simples cantoras, as Supremes representaram uma revolução na música. Como lembrava a apresentadora Oprah, num dos seus programas na década de 90, mquando as Supremes foram pela primeira vez ao Ed Sullivan Show foi a primeira vez que milhões de jovens afro-americanas viram alguém da sua cor chegar à conclusão. "Eu perdi metade da atuação a ligar a toda a gente que conhecia para dizer: 'Pessoas de cor na televisão! Pessoas de cor na televisão'", contou Oprah num segmento reproduzido no documentárioHitsville: The Making Of Motown.

Em 1980 Mary Wilson publicou a sua autobiografia e durante os anos seguintes continuou ligada ao mundo da música, mas como ativista dos direitos dos músicos, além de continuar como performer e teatro musical.

Em 1988, juntamente com as restantes membros do grupo The Supremes, ganhou uma estrela no Rock and Roll Hall of Fame.

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