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Carta aberta pretende acabar com a praxe

05 de julho de 2016 às 08:26

Objectivo é que sejam criadas actividades de recepção e de integração "que configurem uma alternativa lúdica e formativa às iniciativas promovidas pelos grupos e organizações de praxe", diz o documento. José Adelino Maltez, Miguel Sousa Tavares, Alexandre Quintanilha e Miguel Guedes são alguns dos subscritores

Uma carta aberta subscrita por 100 personalidades, entre as quais o professor universitário José Adelino Maltez ou o militar de Abril Vasco Lourenço, pede aos dirigentes das instituições do ensino superior que criem "uma alternativa" à praxe. 

 

A carta aberta a todas as instituições de Ensino Superior, denominada "Integração no ensino superior: a democracia faz-se de alternativas", ficará disponível no site http://Democraciaeescolher.wordpress.com, onde quem quiser a poderá subscrever, disse à Lusa o deputado bloquista Luís Monteiro, promotor da iniciativa.

 

"Instamos todas as equipas dirigentes das universidades, politécnicos, faculdades e escolas superiores a criar, com carácter duradouro, actividades de recepção e de integração dos novos estudantes e das novas estudantes, ao longo do ano lectivo, que configurem uma alternativa lúdica e formativa às iniciativas promovidas pelos grupos e organizações de praxe", lê-se na carta aberta.

 

"Apelamos também a que as mesmas instituições informem atempadamente e eficazmente todos os novos alunos e todas as novas alunas, por exemplo através do envio de um email ou entregando, no acto da matrícula, um esclarecimento nesse sentido, de que as actividades de praxe não constituem qualquer espécie de obrigação e que não podem ser prejudicadas de nenhuma forma ou ameaçadas de qualquer maneira por recusarem participar, devendo ser fornecido um contacto para ao qual possam ser endereçadas queixas", refere ainda a missiva.

 

"A praxe é um problema social que não pode passar despercebido", afirmou o deputado do Bloco de Esquerda, salientando que o problema das praxes, além de ser discutido em termos legislativos pelo parlamento, "também precisa de ser debatido na sociedade civil".

 

Esta "é uma carta que não procura espaço ideológico", já que conta "com pessoas de vários quadrantes sociais e profissionais", acrescentou Luís Monteiro.

 

Entre os subscritores contam-se, entre outros, escritores como Luísa Costa Gomes e Miguel Sousa Tavares, os deputados Paula Teixeira da Cruz (PSD), Alexandre Quintanilha (PS), Teresa Caeiro (CDS-PP) e André Silva (PAN).

 

O antigo ministro da Saúde e advogado António Arnaut é também um dos subscritores do documento.

 

A actriz Ana Zannatti, a apresentadora Catarina Furtado, o sociólogo André Freire, a viúva do escritor José Saramago, Pilar del Rio, o músico Miguel Guedes e a cineasta Margarida Gil, são também subscritores da petição.

 

"O objectivo desta iniciativa é um apelo directo aos dirigentes das instituições superiores para criarem uma alternativa à integração dos estudantes" que não passe pelo recurso à praxe, salientou o deputado, esperando com esta iniciativa abrir uma discussão ampla sobre o tema na sociedade civil.

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