"Ao contrário de outros, nunca reneguei as minhas amizades, nunca as renegarei em qualquer circunstância, a amizade é um valor que me ensinaram a preservar, José Sócrates é meu amigo e meu camarada", escreve o deputado na rede social Facebook.
Questionado pelos jornalistas no parlamento, Renato Sampaio escusou-se a fazer declarações, remetendo para essa publicação.
O antigo líder da distrital do Porto, e que sempre apoiou José Sócrates, salientou que, como militante socialista, impôs-se "uma rigorosa contenção verbal".
"É o que o PS precisa no momento que atravessamos quando estamos em vésperas de um importante congresso, por isso é indispensável manter a serenidade, é o que farei e, até lá, nem mais uma palavra a não ser dizer que hoje é um dia muito triste", conclui.
José Sócrates, 60 anos, é o principal arguido na Operação Marquês, em que está acusado de vários crimes económico-financeiros, incluindo corrupção e branqueamento de capitais.
No âmbito da investigação, esteve preso preventivamente durante 288 dias, entre novembro de 2014 e setembro de 2015.
Sócrates aderiu ao PS em 1981, e foi secretário-geral do partido entre 25 de setembro de 2004 e 06 de junho de 2011.
Em 2005, obteve a primeira maioria absoluta do PS em eleições legislativas e foi primeiro-ministro até 2011, depois de o seu Governo ter pedido ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu.
Num artigo publicado hoje noJornal de Notícias, José Sócrates disse que a sua saída do PS visa acabar com um "embaraço mútuo", após críticas da direção que, na sua opinião, ultrapassam os limites do aceitável.