O BPN é o activo tóxico da nossa democracia. E o ácido corrosivo deste regime.
O caso BPN já deixou de ser um julgamento. É uma farsa teatral onde há um argumento mas faltam actores. Há um orçamento, dois mil milhões de euros por enquanto, mas não há facturas que sustentem o dinheiro que se gastou em gulosices. Há uma audiência mas a sala é inadequada. Vai ser história ou quer ser ficção? O BPN existiu? Ou é o Darth Vader do nosso País de brancos costumes? Regressámos ao País do pim-pam-pum! de Almada Negreiros. As suas palavras são proféticas: "Portugal há-de abrir os olhos um dia - se é que a sua cegueira não é incurável e então gritará comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado!" Julgar a sério o caso BPN deveria ser uma questão de asseio nacional. Não deveria usar-se um kleenex ou uma aspirina, como está a tentar fazer-se. Quando se percebe que o supervisor fez, convenientemente, o papel de cego, surdo e mudo em todo o processo, entende-se que a distracção compensa. O que é nítido é que a história do BPN não é um conto de fadas. É o Fado deste regime. Não foi um número de trapezismo financeiro. Foi um número de Pierrots encartados. É por isso que cansa esta novela sem fim, tão típica da justiça nacional. Nada tem fim. Tudo são parêntesis. Tudo são incidentes processuais, onde até o Minotauro se perderia. A monarquia teve o caso do Crédito Predial. A República tem o BPN. Nada de substancial muda por aqui. Como tudo neste país, o caso BPN não se resolve. Adia-se. Ou cairá no esquecimento, ou cairá de podre.
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Ser liberal é viver e deixar viver. É também não sucumbir ao ressentimento social: as páginas em que Cotrim de Figueiredo confessa essa tentação quando olhava para os colegas mais abonados do Colégio Alemão são de uma honestidade tocante.
Mesmo nessa glória do mau gosto, ele encontra espaço para insultar, nas legendas, os seus antecessores, os Presidentes de que ele não gosta, a começar por Biden. É uma vergonha, mas o mundo que Trump está a criar assenta na pouca-vergonha
A avó de Maria de Lourdes foi dama de companhia da mãe de Fernando Pessoa. E deixou-lhe umas folhas amaralecidas, que elaenviou a Natália Correia, já nos anos 80. Eram inéditos da mãe do poeta.
Zelensky vê na integração na UE uma espécie de garantia de segurança, ainda que não compense a não entrada na NATO. É possível sonhar com um cessar-fogo capaz de evitar uma futura terceira invasão russa da Ucrânia (agora para Odessa e talvez Kiev, rumo às paredes da frente Leste da UE)? Nunca num cenário de concessão do resto do Donbass. O invadido a oferecer, pela negociação, ao invasor o que este não foi capaz de conquistar no terreno? Não pode ser. Aberração diplomática que o fraco mediador Trump tenta impor aos ucranianos.